
A Boeing traçou um plano ambicioso para dobrar a produção do 737 MAX e tentar acabar com as sucessivas crises em que se envolveu nos últimos anos. De acordo com duas pessoas com informações privilegiadas da fabricante e conforme relatado pela Reuters, a Boeing buscaria trazer a taxa de produção de suas aeronaves de fuselagem estreita (narrowbody) para cerca de 47 unidades por mês até o final do próximo ano.
Como relata o site parceiro Aviacionline, parece que a Boeing está ignorando os avisos da Safran, em dezembro ado, que havia apontado que “a cadeia de suprimentos foi altamente comprometida pela crise causada pela pandemia”.
A Boeing havia praticamente paralisado a produção do modelo devido à suspensão das suas operações após os acidentes de 2018 e 2019. Quando tudo parecia estar se normalizando, eclodiu a pandemia de Covid-19, cerceando qualquer perspectiva de recuperação e impactando ainda mais a atividade da empresa. Como resultado desses fatores, a Boeing chegou a ter quase 500 unidades da família MAX em estoque e aguardando entregas.
Agora, no que parece ser o trecho final da pandemia, tanto a Boeing, quanto a rival Airbus, estão vendo a demanda por seus jatos de ageiros explodir. O principal impulsionador disso está no setor regional, pois as operações de longo alcance ainda não voltaram a patamares anteriores.
No final de janeiro, Brian West, CFO da Boeing, indicou que o programa 737 estava produzindo a uma taxa de 27 aviões por mês, e que estava a caminho de 31. A Boeing então aumentará a produção para 38 unidades por mês durante o primeiro semestre de 2023, atingindo a meta final de 47 aeronaves por mês no segundo semestre de 2023. Antes da crise do modelo, 52 unidades do 737 saíam da linha de produção por mês.
Embora a Boeing tenha como objetivo aumentar a produção do modelo, os planos estão sempre mudando e influenciados por muitos fatores.
A indústria tem várias preocupações sobre se a cadeia de suprimentos será capaz de atender a planos agressivos de aumento de produção: os fornecedores estão enfrentando escassez de mão de obra, escassez de matéria-prima e um aumento incipiente de preços de matérias-primas.