
Uma companhia aérea deverá pagar a um de seus ageiros uma indenização de R$ 1.965 por danos materiais e R$ 15 mil por danos morais, por conta do cancelamento de um voo. A decisao é da 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que negou provimento a um recurso interposto por uma empresa e ainda determinou o pagamento das custas processuais e os honorários, no valor de 17% da condenação.
Segundo consta nos autos do processo, divulgados pelo TJMG, o consumidor adquiriu uma agem de ida e volta para a cidade de Cusco, no Peru, em outubro de 2019, com saída de Belo Horizonte e volta no final do mês, com escala em Santiago, no Chile, e Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
Ao tentar voltar ao Brasil, o ageiro teve problemas, pois a escala em Santiago foi inesperadamente cancelada pela empresa aérea por conta de protestos políticos que ocorriam na cidade.
Segundo o homem, a empresa não prestou a devida assistência e ele teve que adquirir uma nova agem, por outra companhia aérea, para que pudesse voltar ao país, assim como perdeu alguns dias por conta do imprevisto.
Segundo o relator, desembargador Marcos Lincoln, “com efeito, quando o transportador se compromete a observar horários e percursos, ainda que em contratação puramente verbal, não poderá descumpri-los, sob pena de ter que indenizar as perdas e danos ados pelo usuário-contratante. O respeito aos horários estabelecidos e ao itinerário previsto é obrigação de qualquer contrato de transporte, seja ele de veículos ou aeronaves fretados, ou não. Ademais, importante registrar que, independentemente do motivo do cancelamento do voo, a cia aérea tem o dever de prestar a devida informação e assistência aos consumidores prejudicados”, disse.
O magistrado ainda acrescentou em seu relato quais os problemas causados que justificam os danos morais. “E, na espécie, os documentos que instruíram a inicial demonstram que o autor-apelado ficou desamparado sem a devida assistência e teve que adquirir outra agem aérea para retornar ao Brasil, tendo a ré agido com total descaso. Portanto, o cancelamento do voo provocou transtornos que excederam o mero dissabor ou contrariedade, importando em dano moral indenizável, tendo a indenização caráter mais punitivo do que compensatório”.
Informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais
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