Uma família de judeus ortodoxos alega ter enfrentado uma série de abusos e tratamento antissemitas por parte dos agentes de embarque da United Airlines durante o processo de embarque em um voo de Newark para Tel Aviv, ocorrido em maio de 2023.
O incidente, que segundo eles gerou humilhação pública e constrangimento, levou a família a iniciar uma ação judicial contra a companhia aérea em um tribunal estadual de Nova York, acusando-a de discriminação. De acordo com documentos judiciais recentemente apresentados, a série de eventos começou quando a família, vestida com trajes tradicionais da comunidade hasídica, chegou ao portão para embarcar no voo UA-84.
Os agentes de embarque questionaram o volume de bagagens de mão que trouxeram junto a eles, mas a situação escalou quando Moses Engel, um dos ageiros, explicou que não havia recebido uma etiqueta de bagagem para seus pertences pessoais.
Em resposta, um dos agentes teria feito um comentário considerado profundamente ofensivo: “Vocês estão sempre fazendo isso”, um comentário que, segundo a queixa, fazia referência clara e evidente à fé religiosa da família.
A família alega que essa declaração foi proferida de forma intencional, com o objetivo de envergonhar e humilhar os ageiros em função de sua identidade judaica. Em seguida, os agentes impam um ultimato: a família deveria retirar todos os itens necessários para a viagem de 12 horas em apenas 10 segundos ou seria impedida de embarcar.
Em frente a outros ageiros, Engel relata ter sido forçada a se ajoelhar no corredor de embarque para selecionar apressadamente os itens essenciais, enquanto um dos agentes contava o tempo em voz alta.
Ela não conseguiu recuperar todos os itens necessários, incluindo alimentos preparados para seu filho pequeno e medicamentos para si e para sua esposa. Este caso ocorre em um contexto mais amplo de alegações de tratamento discriminatório em voos, como ocorreu recentemente com um rabino ortodoxo de Nova York que afirmou ter sido expulso de um voo da JetBlue no Ano Novo por recusar-se a sentar-se ao lado de uma mulher, o que é contra suas crenças religiosas.
A United Airlines foi contatada pelo site PYOK para comentar sobre a situação, mas não havia respondido até o fechamento da matéria. De todo o modo, empresas aéreas dificilmente comentam ações judiciais em andamento.
