A fabricante europeia de aeronaves Airbus confirmou na quarta-feira (16) sua intenção de cortar até 2.500 empregos na sua divisão aeroespacial e de defesa, que tem enfrentado crescentes dificuldades financeiras. A medida faz parte de um esforço mais amplo para reestruturar a operação e mitigar os altos custos que têm impactado significativamente seus resultados.
Nos últimos meses, a Airbus reportou uma queda drástica em seu lucro líquido, que caiu para 825 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, uma redução de 50% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Esse declínio foi atribuído, em grande parte, a baixas contábeis substanciais de 989 milhões de euros, decorrentes do baixo desempenho na divisão espacial da empresa.
“O desempenho financeiro do primeiro semestre reflete principalmente encargos significativos em nossas atividades espaciais. Estamos abordando as causas desses problemas,” afirmou o CEO da Airbus, Guillaume Faury, no final de julho. Apesar de a Airbus ser uma das principais fornecedoras globais de satélites de telecomunicações, a companhia tem enfrentado uma queda na demanda, o que complicou ainda mais suas operações.
A decisão de reduzir a força de trabalho ocorrerá entre agora e 2026 e, de acordo com a empresa, visa readequar a estrutura para que possa se adaptar melhor às condições desafiadoras do mercado.
Com aproximadamente 155.000 funcionários em todo o mundo, esses cortes significam uma reorientação na forma como a Airbus opera em um setor que, tradicionalmente, tem enfrentado desafios devido à concorrência e às mudanças na demanda por tecnologia espacial.
Este anúncio traz à tona a necessidade de adaptação das grandes empresas do setor aeroespacial em um ambiente econômico que está em constante alteração, revelando tanto as vulnerabilidades quanto as possibilidades de inovação e reestruturação nas dinâmicas de operação do setor.
