
Após décadas de debate intenso, a ilha de Gozo, em Malta, está prestes a receber seu próprio aeródromo. No entanto, a proposta não foi bem recebida por todos, incluindo profissionais da própria indústria da aviação.
Como informa o aeroTELEGRAPH, com apenas 316 quilômetros quadrados, Malta, composta por suas ilhas principais Malta, Gozo e Comino, é uma das nações mais densamente povoadas do mundo, gerando preocupações sobre o uso de terras e impacto ambiental.
Atualmente, a única conexão entre as ilhas principais de Malta e Gozo é uma balsa. Embora Gozo possua um heliporto próximo à cidade de Xewkija, ele quase não é utilizado, e qualquer serviço de transporte aéreo existente, como as antigas rotas de hidroaviões, foi suspenso.
Com planos de um aeroporto em discussão desde a década de 1960, a recente aprovação de uma proposta pela Autoridade de Meio Ambiente e Planejamento de Malta (MEPA) aproxima o projeto da realidade.
Os planos preveem a extensão da pista existente de 178 metros para 455 metros, permitindo a operação de pequenas aeronaves e helicópteros de asa fixa. Além de voos comerciais, o aeródromo também servirá para treinamento, turismo, pesquisa e testes de voo. As operações gerais serão limitadas a voos diurnos, com um teto de 15 movimentos de aeronaves por dia, em resposta a rigorosas regulamentações de ruído.
Contudo, a resistência local é significativa. Simona Refalo, prefeita de Xewkija, juntamente com o conselho municipal, opõe-se firmemente ao projeto, alegando falta de consulta adequada à comunidade.
Além disso, a resistência não se limita apenas a políticos locais. A Associação de Aviação Geral de Malta (AOPA) expressou preocupações sérias, citando que a pista prevista é demasiadamente curta e limitará severamente os tipos de aeronaves que poderão operar ali, comprometendo assim a segurança e a eficiência do projeto.
As críticas indicam um desalinhamento entre os benefícios esperados de um novo aeroporto e a realidade de sua implementação. Moradores e membros da aviação ponderam que a curta extensão da pista e as restrições operacionais podem minar a eficácia e a finalidade do aeródromo, tornando-o menos útil do que o planejado.
Enquanto a MEPA avança com a aprovação, a oposição continua a crescer, destacando a complexidade e a controvérsia em torno do uso da terra em Malta e as sensibilidades locais que devem ser consideradas ao se planejar infraestrutura significativa em regiões densamente povoadas e ecologicamente delicadas.