
A United Airlines concordou em pagar US$ 95.000 (cerca de R$ 575 mil), além de 75.000 milhas do programa de fidelidade MileagePlus, a um ex-funcionário do setor de catering em Denver, como parte de um acordo para encerrar um processo federal de discriminação. A ação foi movida pela Comissão de Igualdade de Oportunidades de Emprego (EEOC) em nome da vítima.
O processo foi apresentado em um tribunal distrital no Colorado, nos Estados Unidos, em setembro de 2024, mas a EEOC anunciou, nesta segunda-feira (6), que chegou a um acordo extrajudicial com a companhia aérea, incluindo um decreto de consentimento válido por três anos.
Pelo acordo, a United Airlines se comprometeu a revisar e aprimorar suas políticas de igualdade de oportunidades no trabalho, garantindo que denúncias de violência no ambiente de trabalho sejam investigadas em até 72 horas.
A empresa também deverá comunicar essas mudanças aos funcionários e enviar relatórios regulares de conformidade à EEOC para monitoramento.
Inicialmente, a EEOC tentou solucionar o caso por meio de conciliação voluntária, mas, sem sucesso, optou por acionar a companhia na Justiça, informou o Paddle Your Own Kanoo.
A denúncia envolve Alsunbayar Davaabat, ex-motorista de caminhão de catering no Aeroporto Internacional de Denver. Naturalizado cidadão americano há mais de dez anos, ele relatou ter enfrentado assédio desde que ingressou na United. De ascendência mongol, Davaabat afirmou que colegas frequentemente o chamavam de “Chinaman” (termo pejorativo) em vez de usarem seu nome.
Durante a pandemia de COVID-19, o assédio se intensificou em um contexto de aumento de crimes de ódio contra asiáticos nos Estados Unidos. Davaabat relatou que, em uma ocasião, seu gerente o chamou de “chink” (termo racista) durante uma discussão sobre o uso de máscara, torceu seu braço e insinuou que poderia demiti-lo.
Abalado pelo incidente, ele comunicou a situação ao supervisor imediato, mas não recebeu garantias de segurança no emprego ou de que a empresa tomaria providências. No mesmo dia, Davaabat apresentou sua demissão com aviso prévio de duas semanas, alegando falta de confiança na United para investigar o caso.
Durante o período de aviso prévio, a companhia aérea não iniciou nenhuma apuração nem entrou em contato com o funcionário para verificar seu bem-estar. Sentindo-se inseguro, Davaabat afirmou à EEOC que não tinha outra opção senão deixar o emprego.
Posteriormente, a United conduziu uma investigação e, em julho de 2021, permitiu que o gerente acusado se aposentasse em vez de ser demitido, mesmo com registros de conduta inadequada e uso de insultos racistas anteriormente.
A United informou que ofereceu a Davaabat a oportunidade de retornar ao emprego após a investigação, mas ele recusou.
Leia mais: