
A Spirit Airlines confirmou hoje (12) que continuará com seu plano de reestruturação independente, após rejeitar a última oferta apresentada pela Frontier Group Holdings em 4 de fevereiro de 2025.
Segundo a companhia, a proposta da Frontier previa que os acionistas da Spirit receberiam US$ 400 milhões em dívida de segundo grau emitida pela Frontier e 19% do capital acionário da companhia aérea após uma eventual fusão.
Além disso, o acordo dispensava a Spirit de concluir sua oferta de direitos de capital de US$ 350 milhões e exigia o cancelamento de uma multa de US$ 35 milhões previamente aprovada pelo Tribunal de Falências no Backstop Commitment Agreement assinado em novembro de 2024.
No entanto, de acordo com a Spirit Airlines, a oferta da Frontier “não resolvia certos riscos materiais previamente identificados pela companhia”, incluindo o fato de que os valores propostos para os acionistas da Spirit eram inferiores aos previstos em seu atual plano de reorganização.
Além disso, a empresa destacou que a proposta “apresentava incertezas quanto a prazos, custos e aprovações regulatórias e judiciais”.
Negociações e contraproposta da Spirit
Em 7 de fevereiro, a Spirit apresentou uma contraproposta na qual sugeriu que a Frontier melhorasse os termos da operação. O acordo previa que os acionistas da Spirit recebessem US$ 600 milhões em dívida e US$ 1,185 bilhão em ações, com um mecanismo de mercado para determinar a participação acionária na companhia resultante da fusão.
Além disso, o plano exigia que a Frontier arcasse com o pagamento dos US$ 35 milhões que a Spirit deveria pagar no âmbito do Backstop Commitment Agreement.
Em 10 de fevereiro, a Frontier rejeitou a contraproposta e reiterou sua oferta original, como informa o portal parceiro Aviacionline.
Spirit Airlines avança com seu plano de reestruturação
A companhia aérea afirmou que seguirá adiante com seu processo de reestruturação sob o Chapter 11, e que a audiência para a confirmação de seu plano de reorganização está agendada para 13 de fevereiro de 2025. Segundo a Spirit, “aproximadamente 99,99% dos credores com direito a voto aprovaram o plano, restando apenas duas objeções pendentes”.
A empresa espera concluir o processo de reestruturação ainda no primeiro trimestre de 2025, com o objetivo de reduzir significativamente sua dívida e melhorar sua posição financeira.
A decisão da Spirit Airlines de recorrer ao Chapter 11 ocorreu após diversas tentativas frustradas de fusão. Em 2022, a companhia tentou se fundir com a Frontier Airlines, mas a proposta foi rejeitada pelos acionistas. Posteriormente, em 2023, foi anunciada uma possível fusão com a JetBlue, que acabou sendo bloqueada em janeiro de 2024 por um juiz federal, sob o argumento de que a aquisição reduziria a concorrência no setor.
Esses fracassos nas fusões, somados ao aumento das perdas e ao vencimento iminente de dívidas, levaram a Spirit a buscar a proteção do Chapter 11 para reestruturar suas finanças e garantir sua viabilidade a longo prazo.