
O primeiro caça F-16 Viper entregue à Bulgária ainda não foi formalmente aceito pela Força Aérea do país, após ser detectada uma anomalia em um de seus sistemas durante a revisão técnica prévia ao voo.
A informação foi confirmada pelo comandante da Força Aérea, general Nikolay Rusev, que assegurou que a aeronave será incorporada apenas quando superar todos os controles de segurança estabelecidos, como informa o portal parceiro Aviacionline.
“Foi constatado um desvio no funcionamento de um dos sistemas do avião. Isso não significa que o avião esteja quebrado, mas o problema deve ser corrigido para que possamos avançar para a aceitação de voo“, explicou o general Rusev.
A incorporação dos caças Lockheed Martin F-16V Block 70 ao inventário búlgaro requer o cumprimento de duas fases obrigatórias: uma inspeção técnica integral, seguida de pelo menos dois voos de teste, sendo um deles com um piloto búlgaro a bordo. Somente após superar ambas as etapas, a aeronave poderá ser considerada operacional.
“Não aceitarei nenhum risco adicional para nossos pilotos, o pessoal técnico ou a nova frota. O avião voará quando estivermos completamente preparados. Isso leva tempo“, destacou Rusev, ao mesmo tempo em que mencionou que a incorporação das próximas aeronaves será mais ágil graças à experiência adquirida nesse primeiro processo.
Defesa política e orçamentária do programa
O episódio ocorre em meio a questionamentos políticos e técnico-operacionais sobre o programa de modernização aérea, o que levou o Ministério da Defesa a realizar, nesta terça-feira, um briefing conjunto com os máximos responsáveis militares para reafirmar seu apoio à aquisição.
“Todos os fundos para a compra dos F-16 Block 70 estão assegurados, assim como os destinados à infraestrutura e ao manutenção ao longo de seu ciclo de vida“, afirmou o ministro da Defesa, Atanas Zapryanov.
O funcionário destacou que o contrato assinado em 2019 com o governo dos Estados Unidos contempla a entrega de oito aeronaves juntamente com um pacote completo de armamento, simuladores e apoio logístico. Em 2022, a Bulgária avançou com a aquisição de um segundo lote de oito F-16 Block 70, com o objetivo de formar uma esquadrilha completa.
O F-16 como vetor de integração na OTAN
Do ponto de vista estratégico, a incorporação do F-16V representa uma transformação profunda para as Forças Armadas búlgaras, que deixarão de usar os caças soviéticos MiG-29, atualmente em serviço para tarefas de polícia aérea.
“Este avião é essencial para a modernização e transformação das Forças Armadas. Com suas capacidades de vigilância, inteligência, combate aéreo e ataque a alvos terrestres e navais, o F-16 Block 70 é fundamental para nossa integração no sistema de defesa aérea e antimísseis da OTAN“, explicou o chefe do Estado-Maior Conjunto, almirante Emil Eftimov.
O F-16 Block 70 — fabricado pela Lockheed Martin — é a variante mais moderna da família Fighting Falcon, com radar AESA AN/APG-83, aviônica digital, sistemas automáticos de prevenção de colisões e capacidade para operar armamento de última geração. A Bulgária será o segundo operador europeu do modelo, depois da Eslováquia.
Até que se complete a transição, o general Rusev afirmou que os MiG-29 continuarão cumprindo as tarefas de defesa aérea:
“O MiG-29 voará enquanto o F-16 não for incorporado. Farei tudo o que for possível para cumprir com as tarefas atribuídas de defesa do espaço aéreo e colocar o F-16 em serviço operacional no menor tempo possível“, concluiu.
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