
O mês de abril trouxe um cenário misto para a Boeing, que viu sua entrega de jatos 737 Max desacelerar, enquanto as entregas de aeronaves de fuselagem larga aumentaram. No total, a fabricante norte-americana entregou 45 aeronaves em abril, um leve aumento em relação aos números de março, mantendo um ritmo consistente em comparação com os meses anteriores deste ano.
Entre as entregas de abril, destacaram-se 30 jatos 737, que incluíram 29 unidades do modelo MAX e uma versão militar P-8, baseada no 737NG. Este número de 30 entregas representa a menor quantidade de 737 que a Boeing entregou em qualquer mês até agora em 2023.
A desaceleração nas entregas do 737 pode ser atribuída a tensões nas relações comerciais entre os Estados Unidos e a China, que resultaram na imposição de tarifas de importação superiores a 100% sobre os produtos de ambos os países.
Com isso, clientes chineses interromperam a recepção de algumas aeronaves da Boeing, conforme relatórios divulgados na mídia.
Felizmente, as relações comerciais entre as duas potências parecem ter melhorado recentemente, com acordos que preveem a redução das tarifas para até 10%. No entanto, a Boeing não se manifestou sobre o estado das entregas aos clientes chineses.
Apesar da queda nas entregas do 737, a Boeing conseguiu compensar essa situação com um aumento significativo nas entregas de jatos de fuselagem larga.
Em abril, a empresa entregou 15 dessas aeronaves, um aumento considerável em comparação com as oito entregas realizadas em março. As entregas de abril incluíram oito modelos 787, quatro 777 e três 767.
Além das entregas, a Boeing também recebeu pedidos para oito novas aeronaves em abril, todas da família 737 Max, provenientes de um cliente anônimo.
Adicionalmente, a fabricante transferiu 32 pedidos de sua categoria de contabilidade ‘ASC-606’ para seu backlog, uma medida que indica que a empresa acredita que essas vendas realmente ocorrerão.
A categoria ASC-606 abriga pedidos que a Boeing suspeita que podem não se concretizar devido a questões como tensões geopolíticas e a situação financeira dos compradores.
O panorama de abril deixou a Boeing com um total de 5.643 aeronaves em seu backlog, uma leve redução em relação às 5.648 registradas no final de março. Esse backclui 4.287 unidades do 737, 101 do 767, 496 do 777 e 759 do 787, refletindo a complexidade da dinâmica do mercado aéreo atual, que continua a ser influenciada por fatores globais e nacionais.