
A breve agem do time do Botafogo pelo Catar foi marcada não apenas pela derrota em campo, mas por uma viagem desagradável, segundo reportado pelos profissionais.
O time carioca voou do Rio de Janeiro até Doha com uma escala no Marrocos, já que o Boeing 767-300ER utilizado foi cedido pelos New England Patriots, time de futebol americano da NFL, em que o dono possui amizade com John Textor, dono do Botafogo.
A informação havia sido divulgada pelo AEROIN ainda no dia 7 de dezembro. De matrícula N36NE, a aeronave foi fabricada em 1991 para a American Airlines, na qual operou até 2016, sendo reada para a Unical Aviation, antes de chegar ao Patriots em 2017.
O jato, porém, não recebeu interior VIP, ao contrário do que é afirmado por muitas pessoas. Segundo o próprio vídeo dos New England Patriots, apresentado abaixo, a aeronave tem uma seção com a disposição de assentos 2-2-2 (6 por fileira) e o restante do jato está na disposição 2-3-2, típica do 767.
Dados da sua operadora, a Omni Air International (OAI), confirmam a informação. A emrpesa inclusive disponibiliza o jato para fretamentos quando o Pats não está jogando, como já relatamos aqui quando mostramos uma visita ao Brasil do mesmo avião, no início deste ano.
No site da OAI é inclusive mostrado o mapa de assentos, com 224 na Econômica e 24 na Executiva, que não viram camas. A configuração é até mais densa do que a American utilizava na mesma aeronave: 195 poltronas na Econômica e 30 na Executiva.
Tudo isso, somado ao fato que a viagem para Doha sem escalas já dura 14 horas, e foi para 16 horas com a parada de 2 horas para reabastecimento no Marrocos, fez com que os jogadores reclamassem bastante, inclusive acusando que teria tido efeito no jogo contra o mexicano Pachuca, que venceu o clube brasileiro por 3×0.
Segundo o UOL Esporte aponta, vários jogadores dormiram na aeronave utilizando os três assentos do meio, e um dos futebolistas chegou a deitar no chão reclamando que estava com dor nas costas por ficar num assento que reclinava pouco. Porém, logo em seguida, ele foi impedido pela comissária, já que o corredor da aeronave deve sempre ficar livre para a agem dos tripulantes e também para o caso de uma evacuação.

O zagueiro Alexander Barboza teria falado que o avião é “fraco”. A título de comparação, o Flamengo voou anteriormente para o Qatar para disputar o mesmo torneio a bordo do Boeing 777-300ER da Qatar Airways, que possui poltronas da executiva chamadas de QSuite, que viram cama e têm uma porta dando completa privacidade.
Inclusive, a reportagem da UOL destaca que apenas a diretoria teria ido nos assentos mais à frente, na configuração 2-2-2. No total, viajaram em torno de 100 pessoas, dentre comissão técnica, diretoria e atletas. É esperado que, no voo de volta, outra aeronave da OAI, também do modelo 767, leve o Botafogo de volta ao Rio, considerando que o avião do Pats já retornou vazio aos EUA.
Torcedores questionaram a reclamação dos jogadores, que teria sido usada como desculpa para a derrota para o Pachuca, e citaram que os jogadores de futebol americano são maiores, mais pesados e mais gordos, e que usam o avião regularmente.
Porém, vale notar que muito raramente o Pats faz voos transcontinentais, e mesmo assim eles duram apenas 4 horas, já que a NFL tem duas conferências nos EUA, a leste e a oeste. E dentro de cada uma há divisões regionais, exatamente para facilitar o deslocamento das equipes. E mesmo quando o New England joga fora de casa, que é em Boston, ele não faz voos mais longos que 7 horas.