
A companhia aérea United Airlines está sendo acusada de colocar um de seus comissários de bordo sob vigilância secreta enquanto ele se recuperava de uma lesão relacionada ao trabalho.
O funcionário, Filippo Marinesi, teria sido demitido após a empresa suspeitar que ele estivesse trabalhando informalmente no restaurante da família, em Kissimmee, na Flórida. Agora, Marinesi tenta reverter a demissão na Justiça.
Empregado da United desde 2014, Marinesi era considerado um profissional exemplar, tendo recebido o One Hundred Award, prêmio mais prestigioso da companhia, destinado a reconhecer 100 colaboradores por “contribuições excepcionais” ao longo do ano, conforme detalha o PYOK.
Em agosto de 2023, durante um voo de longa distância para Dubai, Marinesi sofreu uma lesão na coluna. De volta aos Estados Unidos, foi afastado por recomendação médica, com o aval da própria companhia.
Sem poder voar, e, portanto, sem receber o adicional correspondente –, o comissário ou a enfrentar dificuldades financeiras e decidiu deixar sua residência próxima ao aeroporto de Newark para se hospedar na Flórida, junto à família. A mudança foi comunicada à chefia.
Inicialmente, Marinesi ficaria hospedado na casa de um primo, mas por falta de espaço, transferiu-se para um hotel situado no mesmo prédio onde o parente estava montando um novo restaurante, ainda não inaugurado.
No início de 2024, a United contratou um investigador particular para monitorar Marinesi em Kissimmee. O profissional fez registros fotográficos do comissário enquanto ele realizava tarefas com familiares, eava e retornava ao hotel. A empresa também teria coletado imagens públicas das redes sociais de Marinesi.
Com base nessas imagens, a United o acusou de exercer atividade não autorizada no restaurante da família. Uma das fotos mostra Marinesi manipulando alimentos na cozinha do estabelecimento, o que ele afirma ter ocorrido durante um evento particular, antes mesmo da abertura do restaurante ao público.
Segundo o processo movido na Corte Distrital de Nova Jersey (caso nº 2:25-cv-04822), Marinesi foi convocado para uma reunião disciplinar onde, de acordo com sua defesa, a empresa baseou-se apenas em “suposições e interpretações equivocadas” das fotos e do conteúdo online. A demissão, alega o ex-funcionário, ocorreu sem provas concretas como contracheques ou registros fiscais que indicassem vínculo empregatício com o restaurante.
A ação judicial pede a reintegração de Marinesi ao cargo, pagamento retroativo dos salários e indenização por danos punitivos. Até o momento, a United Airlines não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
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