Torcedores do Atlético Mineiro têm enfrentado um grande problema nas vésperas da final da Taça Libertadores, com voos cancelados por uma agência bem conhecida do público.
A final da Copa Libertadores da América será disputada neste sábado, 30, em Buenos Aires, às 17h00, no horário de Brasília, entre o Atlético Mineiro e Botafogo. Enquanto vários voos fretados foram organizados pelas próprias companhias aéreas, saindo tanto do Rio como de Belo Horizonte, alguns torcedores optaram por pacotes de viagens com agências.
Dentre as agências que ofereciam pacotes está a Outside Tours, que tem sede no Rio e é focada no turismo esportivo. Esta agência ficou conhecida a nível nacional em 2022, na ocasião da final da Taça Libertadores daquele ano, mas entre Flamengo e Club Athletico Paranaense, realizada em Guayaquil, no Equador.
Enquanto a cidade equatoriana provou ter uma estrutura muito aquém do necessário para receber um jogo deste porte, sem conexões diretas regulares para o Brasil e com aeroporto limitado, a maioria dos torcedores de ambos os times brasileiros conseguiram chegar na final em voos fretados, com exceção de alguns da Outsider Tours.
Numa demonstração completa de desconhecimento das regras da aviação, a empresa tentou fretar aviões de companhias aéreas de Angola e Portugal, para realizar um voo entre o Brasil e o Equador, algo proibido pelos acordos que sempre vigoraram entre os países envolvidos.
Na época, o AEROIN deu detalhes exclusivos dos pedidos feitos pela agência à ANAC, que foram prontamente negados dado à legislação vigente.
Como consequência, os voos vendidos nunca existiram e alguns clientes que compraram o pacote não chegaram ao Equador, tendo por consequência perdido a final onde o Flamengo foi campeão.
Hoje estes clientes enfrentam um longo processo judicial para reaver o prejuízo causado pelo amadorismo da agência, já que a mesma alegou que era parceira da LATAM, o que já foi negado pela companhia aérea, e também inventou um suposto problema meteorológico para justificar aos seus clientes o cancelamento de voo.
Agora, novamente, a agência causa transtornos aos seus clientes, como informa a reportagem da Rádio Itatiaia, que cita que alguns torcedores receberam informação de cancelamento nesta sexta-feira (29), após o voo ter sido supostamente adiado.
A agência teria informado aos seus consumidores que teve “problemas operacionais” e que não conseguiu pessoal suficiente para encher o voo de ida.
Pessoas que trabalham nas operações saindo do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, informaram ao AEROIN que todos os voos extras solicitados à BH Airport, que istra o aeroporto mineiro, foram atendidos, e que não ocorreu nenhum cancelamento ou desistência de operação. Inclusive, a própria a preparou uma operação especial para este evento.
O reembolso foi orientado aos clientes, mas, mesmo que ele fosse processado de maneira imediata, não seria mais possível adquirir agens e hotéis pelo mesmo valor, ainda mais considerado que alguns dos clientes compraram o pacote ainda em outubro, com antecedência, visando uma economia.
A Outsider Tours informou à Itatiaia que apenas quatro clientes foram afetados e que todos já foram ados e remarcados em outros voos, mas ao menos metade destes clientes negaram este contato e acomodação, inclusive acusando a agência de mais uma vez propagar mentiras.
Nas redes sociais, vários clientes relatam os problemas em outros eventos com pacotes vendidos, incluindo a Copa do Mundo FIFA e a UEFA Champions League. Recentemente, a empresa tem usado influencers e jornalistas do setor futebolístico, levando-os para os eventos esportivos em troca de promoção dos seus produtos, o que acabou levando várias pessoas a comprarem os pacotes, confiando na imagem transmitida pelos influencers.
Em uma recente reportagem do g1, é destacado que a empresa tem dívidas judiciais vencidas desde 2022, mas ainda continua a vender pacotes para eventos até 2026. Seriam em torno de 400 processos e inquéritos policiais em ao menos 14 diferentes estados brasileiros, sendo que em muitos dos processos judiciais a empresa não consegue ser notificada ou recursos não são encontrados nas contas registradas no CNPJ.
