Nova Delhi, Índia – A Air India, sob a liderança do Tata Group, está em negociações avançadas com a Airbus e a Boeing para uma grande aquisição de aeronaves, que pode incluir cerca de 200 unidades de corredor único, ampliando ainda as discussões anteriores sobre a compra de aeronaves de fuselagem larga.
Essa iniciativa acontece em um momento de profunda transformação da companhia aérea indiana, avaliada em bilhões de dólares, e ocorre no contexto da Assembleia Geral Anual da IATA, a principal cúpula global do setor aéreo, realizada em Nova Delhi.
De acordo com relatórios do setor citados pela Reuters, as negociações atuais envolvem um pedido que pode alcançar centenas de aeronaves de diferentes tamanhos. O foco está principalmente em aproximadamente 200 aeronaves de corredor único, que formam a base das frotas para rotas de curta e média distância em todo o mundo. Além disso, as conversas incluem a possibilidade de um lote adicional de aeronaves widebody, em que a Boeing poderia fortalecer sua posição com o modelo 777X.
Esse novo pedido potencial aumentaria ainda mais os compromissos já expressivos da Air India. Em 2023, a companhia fez um pedido recorde de 470 aeronaves junto aos dois fabricantes. Em dezembro de 2024, foi fechado um acordo adicional para 100 aeronaves Airbus, elevando o total de novos aviões encomendados para 570, antes dessas negociações mais recentes.
O pedido de 2023 contempla 250 aeronaves da Airbus (140 A320neo, 70 A321neo, 20 A350-900 e 20 A350-1000) e 220 da Boeing (190 737 MAX, 20 787 Dreamliner e 10 777X). Já o pedido de dezembro de 2024 inclui 90 aeronaves da família A320 e 10 A350.
A aquisição contínua de novas aeronaves é parte fundamental do plano de transformação de cinco anos da Air India, chamado “Vihaan.AI”. Desde que o Tata Group assumiu o controle da companhia em janeiro de 2022, a estratégia tem se focado na modernização da frota e dos serviços, na expansão da rede de rotas e na recuperação da participação de mercado perdida para concorrentes globais, tanto no âmbito doméstico quanto internacional.
Paralelamente, a Air India vem implementando um programa de modernização de US$ 400 milhões para sua frota atual, enquanto aguarda as novas entregas, que começaram a ocorrer no segundo semestre de 2023, informou o Aviacionline.
O CEO da Air India, Campbell Wilson, afirma que a empresa está “aprendendo a se adaptar e seguir em frente” diante de desafios externos, como interrupções nas cadeias de suprimentos e restrições no espaço aéreo. Wilson também ressalta que a companhia está “sempre aberta a parcerias”, tendo expandido ou anunciado mais de 20 colaborações desde sua privatização.
Essas iniciativas de expansão da frota ocorrem em meio a dificuldades enfrentadas pela Airbus e pela Boeing em suas cadeias de suprimentos, que têm causado atrasos nas entregas e uma escassez geral de aeronaves no mercado. Para a Air India, garantir novas aeronaves é essencial após anos de subinvestimento sob a gestão estatal.
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