
A Alaska Airlines anunciou que designou sua própria equipe de inspetores para atuar na fábrica do Boeing 737 MAX em Renton, próximo a Seattle, com o objetivo de garantir que os novos aviões entregues à companhia atendam aos mais altos padrões de qualidade.
A medida foi divulgada quase um ano após o voo 1282, que seguia de Portland para Ontario, Califórnia, sofrer uma explosiva perda do plugue (tampão) de uma porta inativa de emergência da cabine durante a subida, em 5 de janeiro de 2024.
Na véspera do aniversário do incidente, a Alaska Airlines detalhou que três representantes de aquisição de aeronaves agora am cinco dias por semana na fábrica da Boeing em Renton, responsável pela produção do 737 MAX-9 envolvido no acidente. Além disso, a companhia reforçou sua equipe com três especialistas em manutenção e engenharia, que trabalham em turnos variados e estão de prontidão para lidar com quaisquer preocupações relacionadas à produção no local.
Para ampliar a fiscalização, a Alaska contratou a Ausgael Aviation Services, que realiza inspeções e auditorias diariamente na fábrica. Como complemento, três engenheiros da companhia acompanham os voos de teste e realizam inspeções finais antes da entrega de qualquer 737 MAX.
Apesar das medidas adicionais, a Alaska Airlines declarou estar “otimista com a dedicação da Boeing e o progresso significativo nas melhorias realizadas”. A companhia planeja organizar novas visitas à Boeing em 2025 para garantir que seus inspetores e a Ausgael conduzam verificações detalhadas e para acompanhar de perto os avanços nos processos e na cultura da fabricante, informou o PYOK.
Com 74 pedidos adicionais de aeronaves 737 MAX, a presença da equipe da Alaska na Boeing deve se manter frequente por anos. Além disso, com a recente aquisição da Hawaiian Airlines, a supervisão foi ampliada para o Boeing 787 Dreamliner, produzido em Charleston, Carolina do Norte. A Hawaiian tem sete Dreamliners pendentes de entrega, mas novos pedidos estão sob avaliação, considerando os planos ambiciosos do grupo Alaska Airlines.
Desde o incidente do voo 1282, a Alaska Airlines relatou melhorias nos processos de trabalho da Boeing, além de um foco renovado em segurança, conformidade e relatórios voluntários.
Um porta-voz da companhia comentou sobre o episódio: “Este evento transformou nossa empresa e a indústria. Continuamos profundamente gratos à nossa equipe pela habilidade, coragem e profissionalismo em garantir o retorno seguro de todos a Portland.”
No aniversário do acidente, a Associação de Comissários de Voo (AFA-CWA), que representa a tripulação da Alaska Airlines, elogiou os comissários e pilotos do voo 1282 pela ação “rápida e heroica para garantir que todos chegassem ao solo em segurança”.
“Nos últimos meses, trabalhamos com a FAA e o NTSB para garantir que as falhas que levaram ao incidente não se repitam”, afirmou a associação. “Nada de atalhos em nome do lucro. A segurança vem sempre em primeiro lugar.”
Em abril de 2024, a Boeing concordou em pagar à Alaska Airlines uma compensação inicial de US$ 160 milhões para cobrir prejuízos relacionados aos cancelamentos de voos, já que aeronaves similares precisaram ser retiradas de operação. Meses depois, foi revelado que a Boeing recomprou o avião envolvido no incidente (registro: N704AL).
Todos os 171 ageiros e seis tripulantes sobreviveram ao acidente, embora alguns tenham sofrido ferimentos leves devido à descompressão e aos destroços na cabine. Alguns dos ageiros do voo 1282 estão processando a Boeing e a Spirit AeroSystems, fabricante do plugue defeituoso.
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