A briga judicial entre a fabricante Airbus e a companhia aérea árabe Qatar Airways está longe do fim, e agora a empresa aérea está reclamando do cancelamento de um pedido, que foi validado pela justiça britânica.

Tudo começou com os problemas nas pinturas do A350XWB, recebidos pela companhia árabe, mas que começaram a apresentar corrosão e descascamento, vindo a representar um risco para a segurança do voo, segundo a Qatar. A Airbus e a EASA, por sua vez, não concordaram com os impactos para a navegabilidade do jato, alegados pela empresa aérea e isso resultou numa disputa judicial bilionária (que está em curso).
Sem chegarem a um acordo, a companhia subiu o tom e divulgou a situação para todo o mundo, com um vídeo mostrando o defeito na pintura e complementado por fortes acusações. Logo depois, a Airbus reclamou da exposição do caso e cancelou unilateralmente um pedido de 50 unidades do A321neo, aeronave de menor porte e que tem sido o best-seller da fabricante europeia.
O cancelamento da transação, avaliada em US$ 6 bilhões, só piorou a situação e a Qatar incluiu mais esse tema em seu processo judicial num tribunal britânico. O efeito foi que a justiça deu, inicialmente, parecer favorável à companhia aérea, impedindo a Airbus de cancelar o pedido, enquanto o caso não é julgado. No entanto, uma nova decisão, na segunda-feira (25), revisou o parecer anterior e deu razão à Airbus, dizendo que a fabricante pode sim cancelar a venda.
Como resultado, a empresa aérea Qatar Airways afirma que precisa sim das aeronaves e que está tendo prejuízo com a não entrega dos jatos, ao contrário do que a Airbus afirma. A fabricante alega que a não-entrega dos A321neo não tem causado nenhum impacto, dada a alta dispobinilidade de aviões da própria empresa por causa da pandemia, e ela poderia recorrer a esses outros aviões.
Por outro lado, a Qatar afirma que não existe “substituto similar ao A321neo com a combinação de alcance, capacidade de ageiros, carga, economia de combustível e redução de emissões como este jato”, segundo reporta o portal jurídico Law360, que teve o a documentos do processo.
Ainda segundo a Qatar, optar por outros aviões demoraria tempo, já que o avião mais próximo do A321neo, o Boeing 737 MAX 10, não foi homologado ainda e está com uma longa fila de entregas, sendo que o prazo mais curto de entregas seria o final de 2023.
Enquanto isso, a briga continua nos tribunais britânicos, com muitas páginas ainda a serem escritas, as quais serão contadas, certamente, no AEROIN.