
A Equal Employment Opportunity Commission (EEOC) dos EUA entrou com um processo contra a United Airlines, acusando a companhia aérea de não investigar corretamente um gerente que teria chamado um funcionário de origem mongol com um termo racial altamente ofensivo.
Como informa o PYOK, que ou os autos, o processo foi protocolado na quinta-feira em um tribunal distrital do Colorado, que abrange o Aeroporto Internacional de Denver, onde a United mantém um importante centro de operações, incluindo uma instalação de catering.
O caso de discriminação veio à tona dentro desta instalação, onde o funcionário, Alsunbayar Davaabat, supostamente enfrentou ameaças e racismo por parte de seu gerente. Davaabat, que se mudou para os Estados Unidos em 1996 e se naturalizou em 2009, foi contratado como motorista de caminhão de catering na unidade de Denver da United em 2019.
Desde o início de seu emprego, ele começou a sofrer abusos raciais por parte de colegas. Em vez de chamá-lo pelo nome, seus colegas faziam questão de se referir a ele como “Chinaman”, e essa situação perdurou por pelo menos seis meses.
Entretanto, foi durante a pandemia que a situação se agravou. Em um período em que crimes de ódio e abusos raciais contra pessoas de origem asiática aumentaram, Davaabat relata que seu gerente sênior ou a hostilizá-lo abertamente.
Em janeiro de 2021, após o término de seu intervalo para o almoço, Davaabat teria sido agredido verbal e fisicamente pelo gerente, que, ao mal interpretar uma fala do funcionário, gritou: “O que você disse, “chink”?” Em seguida, o gerente supostamente torceu o braço de Davaabat, insinuando que poderia demiti-lo.
Perturbado com a situação, Davaabat reportou imediatamente o incidente a seu supervisor, mas, segundo a denúncia, não recebeu qualquer garantia de que sua posição estava segura ou que a United tomaria providências para investigar as alegações. Ao final de seu expediente, a falta de ação da companhia o deixou tão amedrontado que ele decidiu apresentar uma carta de demissão com aviso prévio de duas semanas.
Durante esse período, a United falhou em investigar as reivindicações de Davaabat e ninguém da companhia, incluindo o departamento corporativo de segurança, entrou em contato para verificar como ele estava se sentindo no ambiente de trabalho. Davaabat alegou que se sentiu compelido a deixar a empresa.
A situação foi finalmente investigada pela United, e em julho de 2021, o gerente acusado foi autorizado a se retirar em vez de ser demitido, mesmo após relatos anteriores sobre seu comportamento inadequado e uso de xingamentos raciais no ambiente de trabalho.
Em resposta às alegações, um porta-voz da United afirmou: “A United tomou as devidas ações corretivas. Após uma investigação extensiva, o gerente neste caso foi afastado do ambiente de trabalho e não está mais na empresa. Oferecemos ao Sr. Davaabat a oportunidade de reemprego em 2021, mas ele recusou”.
A advogada da EEOC, Mary Jo O’Neill, criticou a atitude da United, afirmando que “os empregadores precisam permanecer vigilantes em prevenir que seus próprios gerentes se envolvam em assédio no ambiente de trabalho.” O’Neill sublinhou a importância de agir prontamente na investigação de alegações de assédio, especialmente quando os incidentes envolvem tanto insultos raciais quanto agressão física.