
Por volta do meio-dia de 18 de setembro, a Aerolíneas Argentinas retirou oficialmente de sua frota o seu primeiro jato Embraer E190. Com registro LV-GBK, o jato foi devolvido ao seu locador em meio a tensões com os principais sindicatos aeronáuticos. Esta medida faz parte da devolução programada de vários aviões sob contrato de leasing.
O LV-GBK foi fabricado em 2009 e entregue originalmente à Republic Airways, uma companhia aérea regional dos Estados Unidos que opera para a American Airlines, Delta e United. Posteriormente, foi retirado dessa frota em 2015 para priorizar os jatos E175. Em julho de 2016, o avião foi incorporado pela Aerolíneas Argentinas com o objetivo de aumentar a oferta em rotas regionais.
O avião é um dos quatro Embraer 190 que a Aerolíneas tinha sob contrato de leasing com a empresa Azorra. Outro Embraer, o LV-GAQ, do mesmo locador, também será devolvido em breve, enquanto outros dois aviões sob arrendamento pertencem à Nordic Aviation Capital.
O LV-GBK está indo para o Aeroporto Regional de Middle Georgia, em Macon, Estados Unidos, onde será inspecionado, embora seu futuro seja incerto. O aeroporto é um dos centros de manutenção oficiais da Embraer na América do Norte. A aeronave fez escalas em Assunção e Manaus, sem os títulos da Austral Líneas Aéreas, já que operava sob essa marca.
A devolução do Embraer da Aerolíneas Argentinas em meio a conflitos sindicais
O curioso deste caso é que a retirada do avião foi realizada por pilotos brasileiros, contratados após a recusa de três pilotos da Aerolíneas Argentinas, que se negaram a devolver os aviões ao locador por mandato sindical. Os pilotos argentinos alegaram que não “endossariam” o que consideravam um “desmantelamento” da empresa, como aponta o portal parceiro Aviacionline.

Segundo a Aerolíneas Argentinas, a recusa dos pilotos em transportar os aviões gerou uma multa de 26 mil dólares por cada aeronave, além dos custos decorrentes do descumprimento da devolução. O atraso de aproximadamente um mês poderia custar à empresa cerca de 800 mil dólares no total, somando penalidades e possíveis danos reclamados pelo locador.
A companhia aérea rejeitou as acusações de desmantelamento, argumentando que os aviões LV-GBK e LV-GAQ estavam programados para serem devolvidos, juntamente com um terceiro Embraer na mesma situação. A Aerolíneas destacou que, em 2023, incorporou três novos Boeing 737 MAX 8, mantendo o mesmo tamanho de frota que no ano anterior.
Com a retirada de ambos os Embraer, a frota da Aerolíneas Argentinas contará com:
- 8x Boeing 737-700
- 28x Boeing 737-800
- 2x Boeing 737-800 BCF, da Aerolíneas Argentinas Cargo
- 24x Embraer 190, já sem o LV-GAQ e o LV-GBK
- 12 xBoeing 737 MAX 8, com mais dois a serem entregues
- 10x Airbus A330-200
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