Após ser preso em seu país, ex-presidente filipino é extraditado em jatinho Gulfstream

O ex-presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, fez uma longa viagem em um jatinho particular após ser preso em seu próprio país. Ao retornar de uma viagem ao exterior, Duterte foi recebido pela polícia no Aeroporto Internacional de Manila, onde foi detido por acusações de crimes contra a humanidade.

As acusações envolvem assassinatos cometidos por forças policiais municipais e federais das Filipinas, em uma campanha antidrogas iniciada quando ele ainda era prefeito e que continuou durante grande parte de seu mandato como presidente, encerrado em 2022.

Entre 2011 e 2019, milhares de pessoas foram mortas em confrontos com a polícia, muitas vezes sem esclarecimentos adequados. As denúncias apontam que Duterte implementou uma política de tolerância zero, permitindo que as forças policiais agissem com amplo aval para cometer assassinatos e excessos contra qualquer pessoa suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas.

Essa política resultou em uma redução drástica da criminalidade e foi uma das principais bandeiras políticas de Duterte. No entanto, parte da população se opôs ao método dos chamados “Esquadrões da Morte”, que teriam feito milhares de vítimas inocentes, incluindo crianças.

Mesmo sem serem signatárias do Tribunal Penal Internacional (TPI), as autoridades filipinas decidiram prender Duterte e deportá-lo para Haia, nos Países Baixos. Para o transporte do Sudeste Asiático até a Europa, foi utilizado um jatinho Gulfstream G550.

Os advogados do ex-presidente e sua filha, Sara Duterte — atual vice-presidente das Filipinas —, alegam que ele foi sequestrado ao ser levado para fora do país em uma aeronave privada.

O Gulfstream G550, com capacidade para até 19 ageiros, fez uma escala em Dubai antes de seguir para Roterdã, cidade com o aeroporto mais próximo de Haia, onde fica o TPI, onde Duterte ainda será julgado. O voo ocorreu nesta terça e quarta-feira, dias 11 e 12 de março, e foi um dos mais seguidos nas plataformas de rastreamento de voos, chegando a 35 mil pessoas acompanhando simultaneamente o voo: