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Após série de problemas, aérea do Nepal pede devolução de aviões turboélice chineses

Harbin Y-12E – Foto: DepositPhotos

A companhia aérea nacional do Nepal, Nepal Airlines Corporation (NAC), solicitou formalmente à fornecedora chinesa AVIC International a devolução de cinco aeronaves que estão em solo há quase cinco anos e se tornaram um grande prejuízo financeiro para a empresa.

As aeronaves em questão são dois modelos: o MA60, da Xi’an Aircraft Industrial Corporation, com 56 assentos e que é uma versão chinesa do ucraniano Antonov An-26, e três Y12e, da Harbin Aircraft Industry Group, com 17 assentos (ambos os fabricantes pertencem ao conglomerado industrial AVIC).

Os aviões foram adquiridos entre 2014 e 2018 como parte de um acordo assinado em 2012, avaliado em 6,66 bilhões de rúpias nepalesas (cerca de 49 milhões de dólares), financiado por uma combinação de subsídios e um empréstimo facilitado do governo chinês. Inicialmente foram entregues seis aeronaves, mas uma delas — um Y12e — foi perdida em um acidente, como informa o portal parceiro Aviacionline.

Desde julho de 2020, os cinco aviões restantes permanecem parados e sem uso no Aeroporto Tribhuvan, em Katmandu. Segundo funcionários da companhia aérea, as aeronaves estão sofrendo deterioração significativa (estariam “enferrujando” e “apodrecendo”, conforme relatos locais citados pelo The Kathmandu Post) devido à inatividade prolongada.

A decisão de manter os aviões em solo foi tomada após se concluir que os custos operacionais superavam amplamente as receitas geradas. Problemas técnicos recorrentes, falta de pessoal qualificado (pilotos e engenheiros) e a dificuldade de obter peças de reposição a preços razoáveis tornaram a operação insustentável.

Mesmo inativos, esses aviões custam à NAC cerca de 1,5 milhão de dólares por ano em seguros, taxas de estacionamento e manutenção básica. Esse fardo financeiro se soma à já elevada dívida da companhia aérea, estimada em cerca de 370 milhões de dólares. A situação se agravou em março de 2021, quando expirou o período de carência do empréstimo chinês, obrigando o início do pagamento de juros e amortizações por aeronaves que não geram receita — transformando-as em verdadeiros “elefantes brancos”.

A NAC tentou, sem sucesso, se desfazer das aeronaves: uma licitação lançada em 2022 para oferecê-las em regime de leasing não atraiu interessados. Depois, tentou vendê-las. Uma consultoria norte-americana avaliou toda a frota em apenas 1,6 milhão de dólares, um valor considerado muito baixo e que levantou preocupações sobre possíveis repercussões políticas. Uma avaliação interna da própria NAC estimou o valor em cerca de 19,6 milhões de dólares, mas também não houve compradores.

Em uma reunião realizada em dezembro de 2024, a direção da NAC solicitou à AVIC que aceitasse a devolução das aeronaves como um “gesto de boa vontade” ou colaborasse em uma venda coordenada. Os representantes da AVIC recusaram aprovar imediatamente a venda, lembrando que o acordo original tinha natureza intergovernamental. No entanto, ofereceram ajuda para localizar operadores interessados (sugerindo companhias aéreas chinesas que utilizam o modelo Y12e ou agências domésticas do Nepal) e se comprometeram a retomar o e técnico e o fornecimento de peças, mas apenas após a quitação das dívidas pendentes por esses serviços.

Diante do ime com a fornecedora e da falta de soluções, a Nepal Airlines levou o caso ao Ministério das Finanças do Nepal, por meio do Ministério do Turismo, em busca de orientações sobre os próximos os. O futuro dessas cinco aeronaves chinesas permanece incerto, representando um lembrete oneroso de uma aquisição que acabou se revelando desastrosa para a companhia aérea de bandeira do Nepal.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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