
Um Airbus A350 da Asiana Airlines precisou arremeter em São Francisco após voar baixo demais e próximo da água enquanto se aproximava para pouso.
O caso aconteceu na tarde de ontem, às 14h, quando o A350-900 se aproximava da cabeceira 28L do Aeroporto Internacional de São Francisco.
A aeronave que cumpria o voo OZ-212, procedente de Seul, acabou atingindo uma altitude de aproximadamente 275 pés (83 metros) quando ainda estava em torno de 2,6 milhas náuticas (4,8 km) da pista de pouso.
A informação foi reportada inicialmente pela plataforma FlightRadar24, mas coincide com os dados de outras plataformas de rastreamento de voo, como a AirNavRadar e ADS-B Exchange.
Looks like @Flyasiana flight 212 (2/23/25) to @flySFO got a “low altitude alert” from SFO Tower and got as low as 300 FEET (275ft according to @flightradar24 ) (approx 3 miles from the runway) before going around. Definitely flashbacks to 2013. @KTVU @SFGate @VASAviation pic.twitter.com/Lqkh5snd8i
— Hoppinaroundtheworld (@Hopinarndthwrld) February 24, 2025
O portal One Mile At a Time notou que, normalmente, os aviões do mesmo modelo que fazem este mesmo voo costumam ar na altitude de 775 pés (236m) e com 136 nós (256 km/h) de velocidade. Com isso, o A350 do voo deste domingo, 23 de fevereiro, estava 550 pés (150m) mais baixo e 36 nós (66 km/h) mais veloz.
Apesar de os dados do transponder ADS-B conterem algumas imprecisões, é nítido que o A350 estava numa altitude menor que a prevista, bem próxima da altitude de decisão, que é de 200 pés (60m), na qual os pilotos devem decidir arremeter ou seguir para pouso.
A torre do Aeroporto de São Francisco acabou notando a altitude baixa através de um alerta automático e avisou os pilotos, que optaram por arremeter e iniciar outra aproximação.
No início da conversa entre o controlador e os pilotos da Asiana, que você pode conferir no vídeo abaixo, ele avisa sobre a possível esteira de turbulência deixada pelo Boeing 787-9 Dreamliner da Virgin Atlantic que pousava à frente:
Apesar do susto, os pilotos conseguiram realizar o pouso com segurança numa segunda tentativa, com os parâmetros de velocidade e altura dentro do comum. O fato acabou chamando a atenção por uma memória triste desta mesma companhia aérea, neste mesmo aeroporto, num pouso nesta exata mesma cabeceira, mas em 2013, no voo 214, operado por um Boeing 777-200ER.
No dia 6 de julho de 2013, um Boeing 777 da Asiana colidiu com a cabeceira da pista durante o pouso na pista 28L do Aeroporto de São Francisco, deixando três pessoas mortas e 187 feridas. A investigação do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos (NTSB) conclui que os pilotos não conseguiram manter a velocidade adequada na descida, resultando em uma perda crítica de sustentação.

Os pilotos da Asiana confiaram excessivamente na automação da aeronave e, como estavam acima da altitude ideal para a aproximação, acoplaram um modo diferente do piloto automático, que retirou a potência dos motores para atingir uma altitude definida pelos aviadores. Porém, estes não perceberam que a aeronave tinha descido além do ideal e estava com baixa velocidade.
Quando decidiram agir e comandar uma arremetida, a aeronave já estava muito próxima do chão e colidiu com o solo com bastante violência. Dentre as principais causas para o acidente estavam a falta de treinamento adequado e de comunicação condizente entre os membros da tripulação. Relembre o momento da colisão no vídeo a seguir: