
Após a imposição de sanções internacionais, o governo russo confiscou cerca de 400 aeronaves de empresas de leasing, registrando-as no território nacional. Este ato resultou em perdas significativas para as companhias ocidentais, que agora tentam reaver bilhões de dólares através de disputas legais, com processos em andamento em Londres e Dublin.
As aeronaves, que pertencem a grandes empresas de leasing, foram tomadas e registradas na Rússia após o início da guerra na Ucrânia. Embora apenas uma pequena parte tenha sido paga até o momento, o valor total das perdas é estimado em cerca de dez bilhões de dólares, um impacto financeiro massivo para as empresas envolvidas, informa o aeroTELEGRAPH.
O processo jurídico que está sendo disputado em Dublin, envolvendo gigantes como SMBC, Avolon, BOC Aviation, CDB Aviation, Nordic Aviation Capital e Hermes Aircraft, busca esclarecer a responsabilidade pelas perdas. Juntas, essas empresas exigem cerca de 2,5 bilhões de euros, visto que mais de 60% dos aviões de leasing no mundo estão registrados na Irlanda.
As companhias de leasing alegam que os seguros devem cobrir os custos com a reconfiguração das aeronaves pela Rússia, argumentando que as aeronaves confiscadas devem ser consideradas perdas irreparáveis. No entanto, grandes seguradoras como Lloyd’s, AIG e Chubb se posicionam de maneira contrária, alegando que não há provas de destruição ou danos substanciais, e, portanto, não seriam responsáveis pelo pagamento.
O litígio envolve mais de 180 advogados e já dura meses, com promessas de se estender por um longo período. A principal discussão gira em torno de se os aviões confiscados são, de fato, “perdidos” ou se ainda podem ser recuperados, considerando que as aeronaves não fazem mais parte dos contratos de leasing originais.
A disputa em Dublin e o processo em Londres são parte de uma batalha mais ampla, com implicações financeiras e legais significativas para o setor de leasing de aeronaves global. As empresas agora aguardam uma definição sobre quem será responsabilizado por essas perdas bilionárias, enquanto o conflito continua a afetar o mercado de aviação internacional.
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