
A Azul Linhas Aéreas pode obter novos recursos com a ajuda do governo federal, em meio à baixa histórica de suas ações.
A companhia aérea atualmente tem ações cotadas a R$ 1,48, com o pior desempenho de toda a sua história, e recentemente não conseguiu captar os R$ 4 bilhões esperados em uma nova rodada de emissões de ações, na qual foram obtidos apenas R$ 1,6 bilhão.
Com isso, começaram a circular rumores de que a empresa está se encaminhando para uma recuperação judicial nos EUA, o chamado Chapter 11, modelo adotado pelas concorrentes LATAM e GOL — sendo que a primeira saiu do processo de maneira saudável e a segunda ainda está em reestruturação.
A revista Veja Negócios tem apontado que a Azul precisa de ao menos R$ 900 milhões, que poderiam ser levantados com emissões de títulos da dívida da Azul Cargo, algo que já foi ventilado no ado, mas não avançou. Essa possibilidade de recuperação judicial pode se concretizar caso essa emissão fracasse e o governo continue a atrasar o pacote de ajuda para as aéreas, que usariam o Fundo Nacional da Aviação Civil (FNAC) como garantia para empréstimos.
Por outro lado, o Planalto também estaria trabalhando com outro fundo para oferecer garantias — no caso, o FGE (Fundo de Garantia à Exportação). O portal UOL aponta que o governo usará o FGE como garantia para a compra de Combustível Sustentável de Aviação (SAF), visando compras futuras do combustível pela Azul.
Essa garantia, de até R$ 2 bilhões, estará disponível para outras companhias aéreas, porém, na prática, só é benéfica para a Azul, já que a LATAM não precisa de aportes extras no momento e já registra lucro após o Chapter 11, enquanto a GOL, por ainda estar nesse processo, não pode ar esse tipo de benefício.
Pessoas próximas ao mercado têm indicado que a Azul cometeu um grande erro ao tentar atravessar a pandemia sem recorrer à recuperação judicial, e que não previa um grande aumento do dólar após o fim da crise do coronavírus, além de outros problemas, como atrasos na entrega de aeronaves. Caso o pedido de Chapter 11 nos EUA seja, de fato, solicitado, a fusão com a GOL deverá ser postergada em mais de um ano — e pode, inclusive, não ocorrer.