
A Azul Linhas Aéreas está enfrentando dificuldades financeiras devido a problemas com o desempenho de motores, dificultando seus planos de crescimento. Durante uma reunião com investidores em 3 de dezembro em Nova York, o CEO da Azul, John Rodgerson, expressou sua frustração com os fabricantes de motores e discutiu estratégias para mitigar os impactos financeiros.
Segundo Rodgerson, aproximadamente 85% dos investimentos de capital da Azul estão direcionados a motores de aeronaves, e agora a companhia está buscando negociar melhores condições com fabricantes, entre eles Pratt & Whitney, GE Aerospace e Rolls-Royce, que não estão entregando o desempenho esperado.
Ele mencionou que a Azul espera conseguir em torno de US$ 100 milhões adicionais em fluxo de caixa entre 2025 e 2027, mas que a maior parte deste valor deverá ser direcionada de volta para esses fabricantes devido às despesas com manutenção e compensações esperadas.
Conforme informa o FlightGlobal, Rodgerson explicou que a Azul está em busca de compensações justas pelos problemas de desempenho dos motores. A empresa já havia solicitado melhores condições de pagamento para aliviar a pressão de caixa, mas agora procura compensação real devido à baixa performance dos motores, situação que impactou sua operação e o crescimento planejado.
Para apoiar essas negociações, o diretor financeiro da Azul, Alex Malfitani, ressaltou que a companhia está fortalecendo sua saúde financeira para se colocar em uma posição de negociação mais favorável.
A Azul opera uma frota diversificada, incluindo Airbus A320neo, A330, Embraer E-Jet, ATR e Cessna Grand Caravan. No entanto, os motores PW1900G da P&W e Leap-1A da CFM usados em seus jatos A320neo e E-Jets E2 têm sido um ponto crítico devido a problemas técnicos.
Os desafios enfrentados pela Azul refletem um problema global com a confiabilidade de novos motores, que resultou na paralisação de aproximadamente um terço das aeronaves movidas por GTFs nos últimos meses. Problemas na cadeia de suprimentos da indústria aeroespacial, exacerbados pela pandemia de Covid-19, também continuam a afetar os fabricantes de motores.
A Azul respondeu a esses desafios aumentando sua capacidade com a aquisição de quatro A330 usados, permitindo uma expansão de 10% na capacidade para o próximo ano, com foco em operações internacionais de longa distância. A capacidade do quarto trimestre está prevista para aumentar cerca de 6% em relação ao ano anterior.
Apesar desses contratempos, Rodgerson afirma que o modelo de negócios principal da Azul permanece forte. A companhia aérea registrou um lucro de R$ 360 milhões no terceiro trimestre, uma recuperação significativa comparada ao prejuízo de quase R$ 1,3 bilhão no mesmo período do ano anterior.