Um novo problema surgiu para o polêmico KC-46, a versão de reabastecimento em voo do consagrado jato comercial 767 da Boeing.
Em um processo que levou mais de uma década para definir o substituto do KC-10 Extender — versão modificada do Douglas DC-10 para operações militares de reabastecimento em voo —, o 767-200ER, batizado de KC-46 Pegasus, foi o escolhido.
A demora na escolha ocorreu devido a mudanças nos requisitos licitatórios e ao cancelamento de dois editais, incluindo um em que a Airbus havia vencido com o KC-30 (A330-200 MRTT), uma aeronave maior, mais moderna e com maior capacidade que o KC-46.
No entanto, mesmo já possuindo versões do 767 adaptadas para reabastecimento em voo em operação quando venceu a licitação em 2011, e apesar do histórico de serviço comercial do modelo em todo o mundo, a Boeing enfrentou diversos problemas com o KC-46.
Esses problemas resultaram em atrasos nas entregas e várias críticas por parte da própria Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), incluindo manifestações públicas do Comando de Transporte, órgão responsável por toda a logística da força, abrangendo toda a frota de reabastecimento aéreo.
Agora, mais uma vez, os militares da maior força aérea do mundo identificaram falhas no Pegasus, desta vez envolvendo rachaduras em estruturas primárias e secundárias da aeronave. Essas estruturas, no entanto, não incluem as chamadas superfícies de voo, como asas, profundores, flapes e leme.
A informação foi divulgada com exclusividade pela USAF ao portal The War Zone, mas sem detalhar a localização exata ou a extensão das rachaduras. Ao menos duas aeronaves que estavam ando por voos de aceitação antes da entrega tiveram essas falhas detectadas.
Como consequência, a USAF decidiu realizar uma inspeção extra em toda a sua frota de KC-46, que já conta com 89 unidades em operação. A Boeing, por sua vez, afirmou que “está tomando medidas para suspender temporariamente as entregas até que possamos compreender a causa raiz e implementar um plano efetivo de ação corretiva“.
Mesmo antes da detecção desse problema, a USAF já havia expressado preocupações sobre a baixa disponibilidade da aeronave, que chegava a ficar até 26% abaixo dos 90% esperados para jatos em missões de combate. Entre as falhas relatadas, destacam-se quebras na sonda de reabastecimento, comprometendo a principal função do KC-46: transferir combustível em voo para outras aeronaves.
