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Ser captado pelo radar é a última coisa que um piloto de caça F-35 quer, mas um “Jedi holândes” foi avistado durante uma emergência.

O raro caso aconteceu nesta manhã de terça-feira, 1 de dezembro, na costa norte dos Países Baixos, e envolveu um caça F-35A Lightning II da Koninklijke Luchtmacht, ou simplesmente a Real Força Aérea Neerlandesa, a RNLAF. De matrícula F-012, o caça decolou da base aérea de Leeuwarden com o callsign (indicativo de chamada) JEDI 02, que lembra os personagens da saga Star Wars.
Logo depois da decolagem, a aeronave virou à esquerda e seguiu rumo ao Mar do Norte, tendo acionado primeiramente o código de transponder 5446 e depois o 1502. Por um certo período ele ficou fora do alcance dos receptores do aplicativo FlightRadar24, mas quando retornou já tinha o código 7700 acionado.
Quando o piloto aciona esse código, significa que ele tem uma emergência a bordo (exceto falhas de rádio e interferência ilícita, em cujas situações são acionados outros códigos). O fato é curioso, pois esses códigos são geralmente usados em aeronaves comerciais de ageiros. Além disso, aeronaves militares e de caça muitas vezes mantêm-se ocultas ao radar, por segurança e estratégia. Então, ver um caça de última geração como esse é uma ocasião das mais raras.
Como o aplicativo FlightRadar24 tem uma função que alerta aos usuários cadastrados quando uma aeronave ativa um destes três códigos de emergência (7700, 7600 ou 7500), certamente diversas pessoas foram alertadas do caça e conseguiram acompanhá-lo, junto do seu seu callsign único.

Se ele é invisível, como foi rastreado desde a decolagem?

O caça F-35 é o primeiro avião multi-missão a contar com a tecnologia Stealth, que utiliza de material especial na fuselagem, assim como tem um formato assimétrico para absorver ondas de radar ou refleti-las em direções opostas, fazendo que o radar em solo não capte a ressonância das ondas. Por conta disso, o avião é conhecido como “invisível” pelo radar inimigo.
No caso, o FlightRadar24 capta o movimento das aeronaves pelo sinal de seu transponder. Sendo necessário apenas um receptor em solo para captar aeronaves com a tecnologia ADS-B ativada.
O F-35 possui essa tecnologia, mas raramente a ativa, já que é um avião militar. Logo utiliza o transponder normal ou desligado mesmo. No caso do transponder normal, são necessários ao menos quatro receptores na mesma área para fazer a multilateração para determinar a posição estimada da aeronave.
Sem o transponder ligado, não é possível detectar o F-35 a não ser que ele esteja bem próximo, já que a tecnologia Stealth reduz a sua radar, que é o sinal deixado pela aeronave quando um radar ativo (que funciona como um sonar enviando ondas pelo espaço) a capta.
No caso de hoje ele foi captado por radar ivo, que funciona apenas com o recebimento de ondas emitidas pelo avião, não com a reflexão das ondas emitidas pelo radar em terra.
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