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Cadáveres terão dia certo para embarcar nos aviões da israelense El Al, devido a medida religiosa

Imagem: N509FZ / CC BY-SA 4.0 (https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0), via Wikimedia Commons

Embora muitos ageiros não pensem muito sobre o que realmente é transportado no porão de um avião, incluindo os restos mortais humanos, a companhia aérea israelense EL AL está ajustando algumas políticas de bastidores com a introdução de voos “sem caixões”.

Essa política intrigante, que parece ter suas raízes tanto em práticas logísticas quanto em tradições religiosas, levanta questões sobre como as necessidades de diferentes grupos de ageiros são equilibradas.

Recentemente, uma comunicação oficial da EL AL informou que, a partir de 4 de agosto de 2024, a companhia iniciará um período experimental onde o voo LY-2, que opera entre Nova York e Tel Aviv, será livre de caixões de domingo a quarta-feira.

Nos dias de quinta-feira, porém, com o objetivo de garantir que os falecidos e suas famílias desembarquem em Israel com tempo suficiente antes do Shabat, no único voo na rota que aceitará caixões. Esta nova política estará em vigor até 30 de setembro de 2024, com quaisquer alterações futuras sendo comunicadas com antecedência.

Ao se deparar com essa notícia, muitos podem se perguntar se a motivação por trás dessa mudança é puramente logística ou se está profundamente enraizada em considerações religiosas.

É importante notar que Israel é um centro espiritual para o judaísmo e os voos da EL AL frequentemente transportam um número considerável de restos mortais, pois as comunidades judaicas de todo o mundo costumam repatriar seus mortos para serem enterrados em solo sagrado.

Como informa a mídia israelense, a razão para implementar os voos sem caixões está ligada à tradição religiosa judaica, especificamente as leis de pureza, que proíbem os Kohanim (religiosos líderes ou sacerdotes) de entrarem em contato com mortos ou restos mortais.

Para os Kohanim, simplesmente estar a bordo do mesmo avião que uma carga contendo um caixão, mesmo que no espaço de carga, seria considerado como estar presente com um corpo falecido, infringindo assim essas leis.

Isso levanta um interessante dilema para a EL AL, que deve equilibrar a necessidade de transportar líderes religiosos enquanto atende à demanda por serviços de transporte de restos mortais. Essa prática da EL AL oferece uma visão fascinante das complexidades da aviação, onde logística, religião e evocações culturais se entrelaçam.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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