
O governo do Canadá deu início a procedimentos legais para confiscar um avião de carga Antonov An-124 “Ruslan”, pertencente à companhia russa Volga-Dnepr Airlines, que está retido no Aeroporto Internacional Pearson, em Toronto, desde o início da invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Segundo a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Olha Stefanishyna, a aeronave, registrada sob a matrícula RA-82078 (número de fabricação 9773054559153), pode em breve ter um novo destino: a Ucrânia. Em declaração divulgada no dia 6 de maio, Stefanishyna afirmou estar convencida de que o cargueiro pesado “servirá para o benefício do nosso Estado”.
“O confisco da aeronave russa foi um dos meus primeiros objetivos como ministra da Justiça”, declarou. Ela destacou que os esforços jurídicos do Canadá demonstram como a justiça internacional pode ser aplicada de forma concreta.
O Antonov An-124 é um dos maiores aviões de carga em operação no mundo, com cerca de 69 metros de comprimento e 21 metros de altura. Produzido originalmente na Ucrânia durante a era da União Soviética, ele foi amplamente utilizado para transporte de cargas pesadas e superdimensionadas.
A versão An-225 “Mriya”, ainda maior e única em sua categoria, foi destruída por forças russas durante os primeiros dias da guerra, no aeroporto de Hostomel.
Segundo o The Kyiv Independent, o governo canadense confirmou à imprensa local que iniciou o processo de confisco no Superior Tribunal de Justiça de Ontário em 18 de março de 2025. A medida é parte de um esforço mais amplo para apreender e redistribuir ativos de indivíduos e empresas sancionados por envolvimento na guerra.
Em 2023, o avião se tornou o segundo ativo russo visado por essas medidas, após o bloqueio de recursos financeiros da empresa Granite Capital Holdings, ligada ao oligarca Roman Abramovich.
As autoridades canadenses identificaram várias entidades ligadas ao avião, incluindo o banco estatal russo Sberbank, empresas do grupo Volga-Dnepr e o fundador da companhia aérea, Alexei Isaikin.
“Sou grata ao Canadá por seu apoio inabalável e ações decisivas“, disse Stefanishyna. “Este é apenas o começo. Justiça não é apenas uma palavra — são os os concretos que estamos presenciando hoje.“
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