
A tão esperada expansão do aeroporto de Barcelona-El Prat, um projeto debatido ao longo dos últimos anos, foi apresentada a um novo e inesperado obstáculo: a Casa Gomis.
De acordo com informações do jornal El Mundo, o Ministério da Cultura adquiriu este icônico edifício por 7,2 milhões de euros, visando transformá-lo em um centro de interpretação cultural e ambiental.
Embora a iniciativa tenha como foco a preservação do patrimônio, a aquisição também serve como um entrave estratégico ao projeto de ampliação do aeroporto, impulsionado pelo presidente da Generalitat, Salvador Illa.
Localizada na área protegida da La Ricarda, a Casa Gomis, um exemplar do movimento racionalista, já havia sido um ponto de discórdia durante os processos de expansão em 2021.

Naquele período, a oposição pressionada pela prefeita de Barcelona, Ada Colau, e pela ministra Yolanda Díaz, havia bloqueado os planos da Aena, argumentando em favor da proteção ambiental. Com essa nova compra pelo Ministério da Cultura, a dinâmica crítica se repete, dificultando o avanço do projeto aeroportuário.
Como relatou o Aviacionline, Jordi Martí, ex-assessor de Colau e atual secretário de Estado da Cultura, foi o principal defensor dessa aquisição. Durante seu tempo como vereador, Martí já tentava incluir a Casa Gomis no patrimônio cultural local, mas suas tentativas falharam devido à falta de autoridade sobre o município em questão.
Agora, respaldado pelo Ministério da Cultura, seu objetivo foi alcançado, fornecendo novos argumentos aos opositores da expansão do aeroporto.
Salvador Illa tinha reativado o projeto em setembro, com a previsão de criar uma comissão técnica para desenvolver um novo plano que visasse aumentar a capacidade do Aeroporto El Prat. O socialista esperava trazer novidades em 2025, mas agora se vê confrontado por uma série de desafios políticos e ambientais, sendo a Casa Gomis apenas mais um tópico na já tumultuada discussão.
Os grupos de oposição continuam a se organizar e utilizam essa recente aquisição como mais um motivo para obstruir o projeto de expansão. Assim, o que parecia ser um o em direção à melhoria da conectividade aérea na Catalunha se transforma, novamente, em um campo de batalha repleto de debates políticos, interesses ambientais e esforços de preservação cultural.
Como relatado pelo El Mundo, as ações não apenas desafiam Illa, mas também exacerbam as tensões em torno de um projeto que muitos consideram fundamental para o desenvolvimento econômico da região.