
Entre desejos de boas-vindas, entrega de kits receptivos e encaminhamentos para atendimentos iniciais, 111 brasileiros repatriados dos Estados Unidos desembarcaram no Aeroporto Internacional de Fortaleza na última sexta-feira (7), sendo três deles cearenses.
Vindo de Alexandria, nos Estados Unidos, ao Brasil, com uma escala técnica para reabastecimento em Porto Rico, o Airbus A321 norte-americano desembarcou os deportados em Fortaleza, onde alguns dos ageiros optaram por ficar. Dos 111 repatriados, 88 seguiram no avião da FAB para Minas Gerais.
Todos foram recebidos por uma equipe multissetorial que os aguardava no desembarque. Por meio da Secretaria dos Direitos Humanos (Sedih), o Governo do Ceará integrou a operação coordenada pelo Governo Federal para garantir um acolhimento humanizado.
Além de reduzir o tempo de viagem ao Brasil, o pouso em Fortaleza permitiu que os repatriados fossem recepcionados pela equipe do Programa Estadual de Atenção ao Migrante, Refugiado e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Sedih, que mantém um Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM) no Aeroporto de Fortaleza.
“A gente não era tratado tão bem assim há quanto tempo?!“, disse um dos brasileiros repatriados enquanto recebia um kit de lanche e água, disponibilizados a partir de uma articulação da Secretaria dos Direitos Humanos. O grupo também recebeu kits de higiene, atendimento psicossocial e auxílio no contato com familiares assim que chegou ao país.
As ações da Sedih integraram uma missão coordenada pelo Governo Federal. O efetivo contou ainda com uma operação especial da Polícia Federal para a realização dos procedimentos migratórios, além da participação de representantes do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), do Ministério da Saúde (MS) e da Defensoria Pública da União (DPU). Médicos, enfermeiros, psicólogos e sanitaristas da Força Nacional do SUS realizaram atendimentos emergenciais no local.
“O Governo do Estado e o Governo Federal otimizaram a vinda dessas pessoas, e tudo correu bem. Agora eles estão em casa. Devido às condições da viagem e aos relatos que ouvimos, os recebemos com muita emoção, mas cumprimos nosso objetivo com essa ação, que era garantir a dignidade humana“, afirmou a secretária dos Direitos Humanos, Socorro França.
Perfil dos repatriados
Dados da Polícia Federal divulgados pela Agência Gov mostram que a maioria dos repatriados é jovem: oito têm até 10 anos de idade, 11 têm entre 11 e 20 anos, 38 estão na faixa de 21 a 30 anos e 33 têm entre 31 e 40 anos. Apenas 17 têm entre 41 e 50 anos, e quatro têm 51 anos ou mais, sendo o mais velho do grupo um homem de 53 anos.
Do total de 111 repatriados, 85 são homens – dos quais 71 estavam desacompanhados – e 26 são mulheres, sendo que 12 delas estavam sozinhas. Cerca de 25% do grupo (28 pessoas) retornou ao Brasil em núcleo familiar.
Contexto
Diante das dificuldades enfrentadas por brasileiros residentes nos EUA, o Governo Federal, por meio de uma ação interministerial, tem adotado medidas para garantir um acolhimento humanizado aos cidadãos que estão retornando ao Brasil.
Nesse contexto, Fortaleza recebeu o terceiro voo de 2025 com brasileiros repatriados. A capital cearense foi escolhida como ponto de chegada devido à presença do Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM) no aeroporto e pela redução do tempo de restrição física dos repatriados.
A opção por Fortaleza permitiu que o grupo chegasse ao Brasil cerca de cinco horas antes do que em Confins (MG), aeroporto que recebeu os dois primeiros voos de repatriados neste ano e dezenas de outros desde 2019.
Com informações do Governo do Ceará
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