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Com campanha em banheiros de aeroporto, pilotos fazem alerta contra voos de cruzeiro com um só piloto no cockpit 5e6y5z

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Imagem: Depositphotos

Entre os dias 20 e 27 de julho, ageiros do Aeroporto de Bruxelas-Zaventem, na Bélgica, foram impactados por uma nova campanha da Associação Europeia de Cockpit (ECA – European Cockpit Association), que visa alertar sobre os riscos associados à redução do número de pilotos a bordo das aeronaves.

Esta ação faz parte da campanha “OneMeansNone” (em português, UmSignificaNenhum) e utiliza anúncios em banheiros do aeroporto para chamar a atenção para as implicações de segurança da proposta.

O Comandante Otjan de Bruijn, Presidente da ECA, enfatizou a importância da campanha: “Esperamos que esta campanha inicie uma conversa, mostrando de maneira gráfica por que precisamos de pelo menos dois pilotos na cabine. Diante da perspectiva de Redução de Tripulação, tanto pilotos quanto ageiros estão obviamente do lado da segurança. Um avião tem múltiplos backups – dois motores, dois geradores – por uma razão. Um piloto sozinho não é suficiente para lidar com emergências e garantir que todos os aspectos do voo estejam em ordem. Não podemos permitir que os interesses comerciais das companhias aéreas interfiram na segurança dos ageiros.

Atualmente, as normas regulatórias e da indústria exigem a presença de dois pilotos na cabine de comando de um grande avião comercial. No entanto, fabricantes como Airbus e Dassault, entre outros, estão buscando a eliminação de um dos pilotos durante a fase de cruzeiro. Essa proposta, conhecida como “Operações com Tripulação Mínima Estendida” (eMCO), está sendo avaliada pela Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA).

Segundo a associação, a aprovação dessa proposta resultaria em uma diminuição significativa da segurança dos voos, com um piloto deixando a cabine de comando por várias horas durante a fase de cruzeiro, enquanto o outro permanece no controle.

A ECA e milhares de pilotos ao redor do mundo estão se opondo a essa proposta. Segundo destaca a Associação, a presença de dois pilotos na cabine é crucial para a segurança dos 200-400 ageiros a bordo. Eles servem como apoio mútuo e backup, realizando verificações cruzadas e gerenciando tarefas complexas, além de emergências.

Embora os avanços tecnológicos e a automação tenham melhorado a segurança e a eficiência dos voos, não são infalíveis, lembra a ECA, explicando que substituir pilotos por automação pode aumentar os lucros dos fabricantes de aeronaves e empresas aéreas, mas não tornará os voos mais baratos ou seguros para os ageiros.

Há um movimento global contra as Operações de Tripulação Reduzida, apoiado por Pilotos Europeus, a Federação Internacional de Associações de Pilotos de Linhas Aéreas e o maior sindicato de pilotos dos EUA – a Associação de Pilotos de Linhas Aéreas. Esta campanha é reforçada por esforços nacionais bem-sucedidos, como uma petição na Holanda e manifestações em aeroportos na França e na Itália, além de outras iniciativas nacionais.

Informações da ECA

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Juliano Gianotto
Com uma paixão pelo mundo aeronáutico, especialmente pela aviação militar, atua no ramo da fotografia profissional há 8 anos. Realizou diversos trabalhos para as Forças Armadas e na cobertura de eventos aéreos, contribuindo para a documentação e promoção desse campo.