Nos próximos três anos, a frota aeroagrícola brasileira deve ar das 3 mil aviões e helicópteros operando em lavouras. A projeção foi apresentada na quarta, 21 de agosto, no Congresso da Aviação Agrícola do Brasil (Congresso AvAg 2024), pelo diretor operacional do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Cláudio Júnior Oliveira.
O índice representa uma perspectiva de crescimento de quase 10% no período, o que é considerada boa pelo setor.
O evento ocorre no Aeroporto de Santo Antônio do Leverger, em Mato Grosso, município próximo de Cuiabá. A programação começou na terça (20) e terminou no final da tarde da quinta (22).
O estudo de Oliveira, que é economista, levou em conta a demanda por aeronaves para manter o crescimento de produtividade nas principais culturas do agro – soja, milho, cana-de-açúcar, algodão, florestas e outras.
O estudo também levantou os cenários e perspectivas em cada uma das cinco regiões do País, levando em conta desde a busca de tecnologia pelos produtores até a capacidade de produção das fábricas de aviões agrícolas – no caso, a brasileira Embraer e as norte-americanas Air Tractor e Thrush (que estiveram presentes no Congresso AvAg).
Outro dado apresentado na palestra foi o de projeção de trabalhos em lavouras pelo setor, considerando que cada aeronave agrícola completa anualmente 50 mil hectares de aplicações. Nesse contexto, o total aria de 135,9 milhões para 150,5 milhões de hectares em trabalhos aeroagrícolas, considerando todas as etapas no trato de lavouras – semeadura, adubação, aplicação de defensivos químicos ou biológicos, maturadores e outros.
DESAFIOS
Oliveira também apontou desafios do setor, como a formação de pilotos agrícolas. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o País tem hoje 2.193 profissionais com licença de piloto agrícola de avião e 21 para helicóptero.
Outro desafio mencionado pelo dirigente aeroagrícola são os mitos em torno da atividade. Muitos deles claramente sem lógica, mas que proliferam especialmente em debates ideológicos.
O diretor do Sindag lembrou também que, além de Mato Grosso ter a maior frota do setor (com mais de 600 aeronaves), outros sete estados somam 87% da frota de aeronaves agrícolas: Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e Bahia. Estes estados são responsáveis por 82% da produção de grãos e frutas do País.
Congresso AvAg 2024
O Congresso AvAg 2024 teve 224 marcas brasileiras e internacionais de equipamentos e serviços em 23 mil metros quadrados de movimentação em parte do pátio de manobras e hangares do aeroporto.
O evento contou com demonstrações aéreas, minicursos e debates, e o Congresso Científico da Aviação Agrícola, que teve o anúncio das pesquisas vencedoras entre 24 trabalhos de universidades e pesquisadores independentes de todo o País.
Informações do Sindag
