
Em uma reviravolta surpreendente nos bastidores da aviação australiana, Dylan Macnish, um comissário de bordo da Virgin Australia, venceu uma batalha legal contra a empresa que o demitiu após um episódio que envolveu uma taça de prosecco em uma festa de Natal.
A decisão de um tribunal de trabalho da Austrália considerou que os motivos apresentados pela Virgin Australia para a demissão de Macnish foram insatisfatórios, como informou o DailyMail.
Macnish foi contratado pela Virgin Australia em julho de 2022 e, durante seu treinamento, aprendeu sobre as políticas de álcool e drogas da empresa, que proíbem o consumo de bebidas alcoólicas nas oito horas que antecedem um turno de trabalho.
No entanto, ele acreditava que essa diretriz poderia ser flexibilizada, permitindo que a equipe do avião consuma álcool, contanto que não houvesse resquícios no sangue no momento da apresentação para o trabalho.
O incidente em questão ocorreu em dezembro de 2023, quando Macnish compareceu a uma festa de Natal da empresa. Ele tomou uma única taça de prosecco e decidiu se abster de mais bebidas, uma vez que estava com um amigo, que conheceu em um aplicativo de relacionamento e que não estava bebendo.
Após o evento, ele recebeu uma mensagem informando que havia um déficit de um membro da equipe em um voo noturno. Ao se voluntariar para o trabalho, Macnish verificou as diretrizes da Virgin Australia e constatou que não havia menção sobre a regra das oito horas, além de usar um bafômetro caseiro, que mostrou que não havia álcool em seu sistema.
Sete horas e meia depois de consumir a bebida, ele se apresentou para o voo. Entretanto, após o término do serviço, rumores surgiram na companhia de que Macnish poderia estar bêbado ou de ressaca, levando-o a entrar em contato com sua gerência para esclarecer a situação. Em vez de receber apoio, ele foi investigado por várias infrações.
O tribunal questionou a legitimidade da demissão de Macnish, observando que a vida pessoal de um funcionário, em se tratando de consensualidade e privacidade, não deveria ser um interesse da empresa.
Embora o tribunal tenha reconhecido que Macnish quebrou a política de álcool da Virgin Australia, isso, segundo a comissão, não justificava a rescisão de seu contrato de trabalho. A Virgin Australia, desafiada pela decisão judicial, foi obrigada a reintegrá-lo como membro da equipe de voo.
Este episódio levanta questionamentos sobre as políticas de conduta da empresa em situações que envolvem a vida pessoal de seus funcionários, assim como as implicações legais que podem ocorrer em demissões consideradas injustas. O caso abre um precedente importante no que diz respeito à privacidade e direitos dos trabalhadores na indústria de aviação.