
Um comissário de bordo da American Airlines, identificado como Estes Carter Thompson III, de 36 anos, foi formalmente acusado e se declarou culpado de exploração sexual de crianças e posse de pornografia infantil.
A prisão de Thompson ocorre após um incidente chocante em setembro de 2023, em um voo de Charlotte para Boston, onde ele tentou filmar uma adolescente de 14 anos no banheiro do avião.
Thompson inicialmente havia se declarado inocente, mas, em um acordo de confissão com os promotores, agora enfrenta uma sentença mínima de 15 anos de prisão federal, além de uma multa que pode chegar a $250.000.
Ele foi preso em janeiro de 2024 após uma investigação aprofundada, que começou quando a jovem vítima encontrou um telefone celular escondido dentro do banheiro da aeronave.
Os promotores revelaram que, durante o voo, Thompson se aproximou da garota enquanto ela estava na fila para usar o banheiro. Ele a convidou a usar o lavatório da classe executiva e a acompanhou até a parte da frente da aeronave.
Antes de permitir que a vítima utilizasse o banheiro, Thompson ficou por um curto período com a porta fechada. Quando a adolescente finalmente teve permissão para entrar, ela encontrou um grande adesivo de “equipamento de catering defeituoso” colado ao assento do banheiro.
Desconfiada, ela se abaixou e descobriu um iPhone escondido sob o adesivo, com a câmera voltada para ela.
A vítima rapidamente tirou uma foto da câmera oculta e mostrou para seus pais, que confrontaram Thompson. Enquanto o voo se aproximava de Boston, o comissário supostamente trancou-se no banheiro, tentando apagar as provas ao restaurar seu telefone para as configurações de fábrica.
No entanto, peritos forenses conseguiram recuperar fotos da conta iCloud de Thompson, onde encontraram imagens de vítimas com idades de apenas sete, nove, 11 e 14 anos utilizando banheiros de aeronaves. Além disso, mais de 50 imagens de uma menina de nove anos desacompanhada foram encontradas na mesma conta.
O crime de exploração sexual de uma criança pode resultar em uma pena mínima de 15 anos, com um máximo de 30 anos, enquanto a posse de pornografia infantil pode levar a uma pena máxima de 20 anos. Todas as vítimas foram identificadas e contatadas pela polícia.
Os pais de uma das vítimas, a menina de nove anos, processaram a American Airlines por negligência, afirmando que a companhia foi responsável pela segurança de sua filha durante o voo.
Em resposta, um escritório de advocacia contratado pela American Airlines tentou derrubar o caso, argumentando que a menina deveria ter percebido que estava sendo gravada. Essa defesa gerou críticas, com muitos acusando a companhia de “culpar a vítima”.
A American Airlines rapidamente se distanciou da declaração, explicando que o escritório de advocacia havia sido contratado por sua seguradora.
A companhia acabou dispensando o escritório de advocacia responsável por essa defesa, mas advogados que representam a American Airlines ainda contestam as ações judiciais de várias vítimas, argumentando que a empresa não pode ser responsabilizada pelas ações criminais de um ex-empregado.