Conforme divulgado ontem aqui no Aeroin, um Boeing 747 de cargas foi fretado pelo governo dos Estados Unidos para evacuar cidadãos norte-americanos da cidade chinesa de Wuhan, epicentro do Coronavírus. Mas como foi possível que pessoas fossem acomodadas no interior de um avião cargueiro? E quais as precauções tomadas devido ao risco de infecção pelo vírus?

O voo que transportou 201 evacuados americanos de Wuhan aterrissou no Aeroporto Internacional de Anchorage, no Alasca, pouco antes das 21h30 (horário local) da terça-feira, 28 de janeiro (madrugada da quarta-feira no horário de Brasília). Após algumas horas de avaliações de saúde, o Jumbo partiu pouco antes das 2:15 da manhã (horário local) para seu destino final, uma Base Aérea em Riverside, na California.
A operação
Para acomodar os ageiros a bordo do avião de cargas, assentos especiais foram instalados para a evacuação no que normalmente é um imenso compartimento vazio de carga.

O avião utilizado foi o 747-400FSCD de matrícula N705CK da companhia aérea Kalitta Air, especializada em transportes de carga, mas que já realizou antes outras operações como essa, adaptando-se para a acomodação de pessoas.
Os ageiros do voo 371 da Kalitta desembarcaram no Terminal Norte da Anchorage para exames médicos pelo Departamento Estadual de Saúde e Serviços Sociais e para processamento pela Alfândega dos EUA. Enquanto isso, o Boeing 747 reabasteceu para a próxima etapa do transporte até a Base Aérea.

Funcionários do Departamento de Saúde disseram que, se alguém demonstrasse sinais ou sintomas de contaminação pelo Coronavírus, não seria permitido embarcar na continuidade do voo.
A diretora médica Dra. Anne Zink disse que o avião tinha capacidade para 240 pessoas e o estado do Alasca estava preparado para a capacidade total, mas que apenas 201 ageiros acabaram chegando no voo de Wuhan. “No final, 201 ageiros chegaram e 201 deixaram o Alasca”, disse ela.
Isolamento dos tripulantes

Para segurança dos tripulantes quanto ao risco de algum ageiro estar infectado, os dois grupos foram isolados um do outro nos andares separados da cabine, com fluxos de ar independentes.
Adicionalmente, durante a agem pela China, os tripulantes nunca deixaram a parte superior do Boeing 747. Os pilotos sempre permaneceram no andar de cima, que ocupa apenas a parte frontal da fuselagem, como você pôde ver na imagem do Jumbo no começo da matéria.