Ao considerar por que a Delta Air Lines, uma das maiores empresas aéreas do mundo, opera em determinadas rotas e não em outras, é essencial entender que por trás de cada trajeto existe uma complexa rede de planejamento estratégicos e análise de dados.
Jooyoung Kim e David Hart, membros da equipe de Planejamento de Rede da Delta, compartilharam insights sobre o processo e as decisões que moldam as operações da companhia.
O Processo de Planejamento de Rotas – Quando a Delta analisa a adição de novas rotas, o processo pode levar de um a cinco anos, dependendo das condições do mercado. Kim, diretora de Planejamento de Rede Internacional, explicou que o planejamento é contínuo e proativo: “Estamos sempre monitorando as tendências.”
Por exemplo, o planejamento para as rotas de verão de 2025 pode ter começado em 2023, envolvendo discussões internas detalhadas e a análise de múltiplos fatores, como a demanda dos clientes, o desempenho financeiro, a alocação de recursos e o posicionamento competitivo.
Foco nas Tendências do Cliente – Um aspecto fundamental que guia as decisões da Delta é entender o comportamento e as preferências dos viajantes.
“Como nossos clientes valorizam mais as experiências agora, estamos vendo um aumento na demanda por destinos de lazer populares no inverno,” observou Hart, diretor geral de Planejamento de Rede Doméstica. A Delta ajusta sua rede para atender a essa demanda, alterando horários e focando em diferentes rotas conforme a sazonalidade das viagens.
Identificando Oportunidades – O conhecimento profundo da Delta sobre os picos de demanda é uma ferramenta vital. A companhia reconheceu tendências que indicavam uma mudança no quadro das temporadas turísticas.
Por exemplo, na Itália, a demanda por viagens se estende do pico do verão para meses como março a dezembro, levando a Delta a expandir seus serviços sazonais para lugares como Veneza, Milão e Roma.
Hubs e Operações Regionais – Os hubs da Delta desempenham papéis distintos em sua rede. Enquanto os centros como Atlanta, Minneapolis-St. Paul e Salt Lake City funcionam como pontos de conexão globais, hubs costeiros como os de Los Angeles e Nova York atendem um grande tráfego local.
“Queremos ter uma ampla oferta para nossos clientes,” disse Hart, referindo-se à necessidade de se ajustar às mudanças nas demandas dos ageiros, principalmente durante os meses de inverno.
A Delta está também se expandindo em mercados de esqui, com novas rotas saindo de Los Angeles para Jackson Hole e Sun Valley, atendendo ainda ageiros de Minneapolis-St. Paul, Atlanta e Salt Lake City. Isso reflete a flexibilidade da Delta em explorar novas oportunidades que surgem ao longo do ano.
Parcerias Estratégicas – As parcerias são um componente essencial da estratégia de crescimento da Delta, permitindo que a companhia expanda suas operações para mercados onde pode não ter capacidade para voar diretamente. Com sinergias significativas já em vigor com parceiros como Air e KLM, a Delta está ansiosa para explorar mais oportunidades com companhias como Korean Air e LATAM Airlines.
A colaboração com a Korean Air, por exemplo, já conecta mais de 2 mil ageiros diariamente em ambos os sentidos através de Incheon, levando a Delta a ser uma das líderes na conectividade da Ásia. Além disso, a aliança com a LATAM resultou em um crescimento considerável na capacidade de voos, especialmente no hub da Delta em Atlanta e na rede sul-americana da LATAM.
Em resumo, o planejamento de rotas da Delta é uma combinação de pesquisa de mercado, análise de dados e compreensão das tendências do comportamento do cliente. Com um foco constante em melhorar a experiência do viajante e uma adaptabilidade que permite ajustar a rede conforme a demanda, a Delta continua a se posicionar como uma das principais companhias aéreas do mundo, pronta para atender às necessidades de seus ageiros de forma eficaz.
