
A companhia aérea de bandeira do Afeganistão, Ariana Afghan Airlines, está se preparando para retomar os voos internacionais com apoio do Catar e da Turquia. No entanto, nem todos estão felizes com isso. Enquanto tripulantes homens estão sendo chamados de volta, as mulheres não teriam recebido qualquer comunicação, despertando antigos medos.
Os voos domésticos para Herat, Kandahar e Mazar-i-Sharif foram retomados em 4 de setembro, e as negociações agora estão em andamento para reiniciar os voos internacionais entre Cabul, Nova Delhi, Emirados Árabes, Catar, entre outros. O retorno às operações tem sido gradativo, disse Qari Rahmatullah Gulzad, que assumiu o comando da empresa aérea após a tomada do país pelo Talibã, na medida em que a estrutura da empresa é restabelecida no aeroporto da capital.
No entanto, em meio à retomada, apenas homens tripulantes estão sendo chamados de volta.
A rede britânica BBC conversou com um grupo de onze comissárias numa casa abandonada de Cabul, considerada um local seguro, e colheu delas tocantes depoimentos sobre suas expectativas de futuro sob o regime do Talibã. E elas não são nada boas.
“Nós batalhamos para conseguir esses empregos e agora tudo foi tirado de nós”, disse uma das tripulantes. “Era meu sonho de criança, sempre quis servir pessoas, viajar o mundo. Agora, talvez eu nunca mais consiga fazer as mesmas fotos de antes”, disse outra.
Enfim, se há poucos meses o mundo noticiava um voo realizado com uma tripulação totalmente feminina no Afeganistão, hoje, o cenário é de total desolação para essas aviadoras. E ainda há grande incerteza do que virá pela frente.