
A Copa Airlines, com sede no Panamá, anunciou a retirada de quatro destinos de sua rede e o adiamento de seus planos de crescimento da frota, devido a uma escassez de novos jatos provenientes da Boeing. Os destinos são Tulum e o Aeroporto Felipe Angeles, no México; a cidade de Armênia, na Colômbia; e Santiago de los Caballeros, na República Dominicana.
O CEO da companhia, Pedro Heilbron, afirmou em uma teleconferência sobre os resultados do terceiro trimestre no dia 21 de novembro que “devido aos atrasos nas entregas da Boeing, a chegada das nossas últimas duas aeronaves do ano foi adiada por alguns meses.”
Ele acrescentou que a decisão de suspender temporariamente quatro mercados está intimamente ligada à situação das entregas de aeronaves.
Esses atrasos nas entregas não são uma surpresa, considerando que a produção do Boeing 737 foi interrompida por quase oito semanas até o início de novembro em decorrência de uma greve de metalúrgicos.
Essa paralisação foi apenas uma das várias interrupções que impediram a Boeing de atingir suas metas de entrega este ano. Como operadora exclusivamente de jatos 737, a capacidade da Copa de alcançar seus objetivos de negócios depende fortemente do sucesso do fabricante norte-americano.
Durante o terceiro trimestre, Copa recebeu seu primeiro Boeing 737 MAX 8 e encerrou o período com uma frota de 110 aeronaves, incluindo esse novo modelo, 32 737 MAX 9, 67 737-800, nove 737-700 e um 737-800 Freighter.
Heilbron afirmou que a companhia espera receber mais dois jatos, ambos MAX 8, da Boeing antes do final do ano. Um cronograma atualizado da Boeing indica que a Copa deve receber mais 11 MAX 8 em 2025. Se a Boeing cumprir esse cronograma, a Copa espera encerrar o próximo ano com 123 jatos em sua frota.
No entanto, esses planos ainda não são certos. “Esse cronograma de entrega baseia-se em suposições de aumento da produção que precisam se concretizar, então, as entregas reais das aeronaves podem mudar”, afirmou Heilbron.
Além dos problemas com a frota, a Copa registrou um lucro de US$146 milhões no terceiro trimestre, uma redução de 22% em relação ao ano anterior, com receitas operacionais de $855 milhões, também uma queda de 1,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Os resultados da companhia foram ainda impactados pela suspensão de voos para a Venezuela, atribuída a tensões diplomáticas e agitação interna no país. Até o momento, esses voos ainda não foram retomados.