
O exército da Coreia do Sul está reconsiderando seus planos de aquisição de 36 helicópteros de combate AH-64E Apache, após a grande quantidade de baixas sofridas por russos na guerra contra a Ucrânia.
O Exército da República da Coreia (ROKA) atualmente opera uma frota de 36 helicópteros Boeing AH-64E Apache, encomendados em 2013 para substituir seus antigos Bell AH-1S Cobra, que foram entregues entre 2016 e 2017, e tinha planos de duplicar sua frota com um novo pedido.
A encomenda de mais helicópteros Apache pela Coreia do Sul aos EUA está avaliada em aproximadamente US$ 3,5 bilhões de dólares, como informa o portal parceiro Aviacionline.
No entanto, o crescente número de helicópteros de combate e assalto russos derrubados por drones, mísseis antitanque e sistemas portáteis de defesa aérea (MANPADS) levou muitos analistas militares a questionarem a viabilidade dessas aeronaves nos atuais cenários de guerra de alta intensidade.
O Ministério da Defesa do Japão foi um dos primeiros a alertar sobre os altos riscos que os helicópteros enfrentam nos campos de batalha modernos. Até mesmo o Pentágono decidiu suspender seu programa de Futuras Aeronaves de Ataque e Reconhecimento (FARA, na sigla em inglês), destinado a fornecer ao Exército dos EUA uma nova geração de aeronaves armadas de reconhecimento para substituir o Bell OH-58 Kiowa, com base em “lições aprendidas” e uma “avaliação sóbria do campo de batalha moderno”. Agora é a Coreia do Sul que expressa suas dúvidas.
De acordo com o jornal sul-coreano Chosun, uma fonte militar informou que “o Ministério da Defesa, o Exército e a istração do Programa de Aquisições de Defesa (DAPA) começaram uma revisão abrangente, que inclui a opção de reduzir o número de helicópteros Apache a serem adquiridos”.
Os altos comandos militares estão questionando a utilidade dos helicópteros de ataque, dado o impacto que a implementação generalizada de sistemas de armas não tripuladas, muito mais baratos e rápidos de produzir e implantar no campo de batalha, teve na Ucrânia.
No Ministério da Defesa e no ROKA, parece haver um número crescente de vozes que questionam abertamente a necessidade de destinar quase 70% do orçamento anual de melhoria das capacidades do Exército para a compra dos Apache. Segundo a fonte anônima citada pelo Chosun, é provável que o programa de aquisição dos AH-64 sofra um corte significativo no número de unidades, ou que seja diretamente cancelado, para que esses recursos sejam dedicados a novas tecnologias emergentes.