
A Delta Air Lines foi acusada de deixar crianças pequenas presas em diferentes locais dos Estados Unidos após suspender repentinamente seu programa de viagens solo para menores de idade devido a uma crise operacional que se estendeu por cinco dias.
A companhia aérea, que ainda enfrenta dificuldades, inicialmente suspendeu seu programa de menores desacompanhados na última sexta-feira (19), após uma atualização de software malsucedida pela empresa de segurança na internet CrowdStrike causar uma interrupção global de TI que paralisou a operação da Delta.
Por uma taxa adicional de US$ 150 (cerca de R$ 848,21), a Delta permite que crianças de 4 a 17 anos viajem sem um dos pais ou guardiões legais. A companhia então assume a responsabilidade pela criança e cuida dela durante toda a jornada, no aeroporto e a bordo de seus aviões.
O problema de operar um programa de menores desacompanhados, no entanto, é que não só é intensivo em recursos, mas também levanta muitos problemas sobre como cuidar adequadamente de uma criança pequena caso um voo seja significativamente atrasado ou até mesmo cancelado. E foi exatamente esse tipo de problema que a Delta tentou evitar quando suspendeu seu programa de menores desacompanhados.
Desde sábado (20), a Delta cancelou mais de 4.200 voos e mais de 5.685 voos enfrentaram interrupções. Ao mesmo tempo, os funcionários que deveriam cuidar dos menores desacompanhados foram realocados para ajudar dezenas de milhares de ageiros que ficaram desesperadamente em busca de opções de remarcação.
Como relatado pelo New York Times, no entanto, a justificativa por trás da decisão da Delta, embora sensata, deixou muitos pais em uma situação complicada após voos e planos de viagem, reservados muitos meses antes, serem deixados em frangalhos.
O agravante foi que a Delta inicialmente suspendeu o plano de viagem desacompanhada até domingo, mas posteriormente estendeu a suspensão até terça-feira, 23 de julho, ao perceber que ainda não havia conseguido controlar a crise operacional.
Felizmente, agora parece que a Delta finalmente recuperou-se, e a partir de quarta-feira (24), esperava-se uma significativa redução nos cancelamentos e atrasos.
O programa de menores desacompanhados está previsto para reiniciar na quarta, mas o Departamento de Transportes (DOT) permanece insatisfeito com a resposta da Delta à interrupção da CrowdStrike e ao caos subsequente. Em um comunicado, um porta-voz do DOT disse que o departamento estava “extremamente preocupado” com os relatos que recebeu de que alguns menores desacompanhados ficaram presos em aeroportos no meio da crise.
O porta-voz acrescentou: “Estamos buscando respostas da Delta como parte de nossa investigação e deixamos claro que esperamos que a Delta priorize levar as crianças com segurança e rapidez aos seus destinos”.
O Secretário de Transportes Pete Buttigieg disse na terça-feira que o DOT havia aberto uma investigação formal sobre a forma como a Delta lidou com a interrupção de TI, que buscará garantir que a companhia aérea “esteja seguindo a lei e cuidando de seus ageiros durante as contínuas e amplas interrupções”. Buttigieg acrescentou: “Todos os ageiros de companhias aéreas têm o direito de ser tratados de forma justa, e eu vou garantir que esse direito seja respeitado.”
Na terça-feira (23), a Delta disse que havia recebido a documentação da investigação do DOT e que estava cooperando com as autoridades federais.
A Delta atribuiu a culpa por sua crise a um sistema de escalas de tripulação que foi derrubado pelo bug da atualização da CrowdStrike. Quando a companhia aérea reativou o sistema, ele não conseguiu acompanhar o número de mudanças de escala, o que progressivamente piorou a situação.
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