
Uma seção da fuselagem do avião Pan Am que explodiu sobre Lockerbie, na Escócia, há 36 anos, foi transportada para os Estados Unidos como parte do processo judicial contra Abu Agila Masud, o homem acusado de fabricar a bomba que causou a tragédia.
O ataque ocorreu em 21 de dezembro de 1988, quando o voo 103 da Pan Am, que fazia a rota de Heathrow para Nova Iorque, foi destruído, resultando na morte de todos os 259 ageiros e tripulantes a bordo, além de 11 pessoas que estavam em Lockerbie, cujas casas foram atingidas pela aeronave em queda.
Masud, que nega a acusação de fabricar o explosivo, enfrentará o tribunal federal em Washington em maio.
Os familiares das 270 vítimas foram notificados sobre a transferência da seção da fuselagem, que faz parte de um processo formal de compartilhamento de evidências entre os promotores escoceses e americanos.
O material recuperado significa um esforço significativo para garantir que justiça seja feita após um dos piores ataques terroristas contra os Estados Unidos, antes do 11 de setembro.
Cerca de 319 toneladas de destroços do voo foram espalhadas por uma grande área após a explosão, que foi causada por uma bomba escondida em um toca-fitas em uma mala no porão. Investigadores de acidentes aéreo conseguiram reconstituir uma seção da fuselagem, que exibe o efeito da explosão, evidenciado pelo dano estrutural.
O caso foi amplamente revisado desde a condenação do agente da inteligência líbia Abdelbasset Al-Megrahi, em 2001, que foi sentenciado à prisão perpétua, mas libertado em 2009 por razões humanitárias, enquanto enfrentava um câncer em fase terminal. Ele sempre declarou sua inocência e faleceu na Líbia três anos depois.
De acordo com a BBC, Laura Buchan, que lidera a equipe de promotores do escritório do Procurador da Coroa da Escócia, confirmou que a transferência de evidências físicas da Escócia para a custódia americana, a qual inclui partes da fuselagem do Pan Am 103, essenciais para a investigação criminal.