A Azul anunciou nesta quinta-feira (9) que sua unidade de negócios de carga registrou um importante crescimento no mês de março, mostrando que o setor realmente vai no sentido contrário à queda do movimento de ageiros.

O crescimento da Azul Cargo foi de 36% em termos de receita durante o primeiro trimestre de 2020, e de 13% em março em relação ao mesmo período em 2019. O mês de março foi o primeiro em que a crise de demanda ou a impactar a aviação, especialmente em suas últimas semanas.
“Nosso negócio de cargas cresceu em comparação ao ano ado, apesar de termos tido uma redução significativa de capacidade”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul, fazendo referência à parada de grande parte da frota de aviões de ageiros.
O segmento de transporte de cargas tem apresentado um considerável aumento de demanda como consequência da crise advinda da pandemia de COVID-19. Com as frotas de aviões de ageiros paradas ao redor do mundo, toda a carga que era levada nos porões de milhares destes aviões agora aram a precisar dos serviços dos cargueiros, que são em um número muito menor de unidades em operação. Isso tem levado ao aumento da ocupação e também dos preços dos fretes.
Na Azul, dois aviões cargueiros Boeing 737 estão atendendo aos mercados de carga de alta densidade no país, enquanto as aeronaves A320neo e Embraer estão transportando cargas críticas em seus porões nos voos que ainda realizam, junto com os ATR 72-600 e ATR 72-600 “quick-change” (designação dos que podem ter seu interior rapidamente reconfigurado para levar carga), que já são usados como cargueiros com frequência.

Além disso, a companhia fez uma parceria com a TwoFlex aviation para fornecer serviços de carga às partes mais remotas do Brasil por meio das aeronaves modelo Cessna Grand Caravan.
As enormes aeronaves de ageiros A330 já estão realizando voos transportando cargas entre os EUA e o Brasil e, na próxima semana, a Azul planeja iniciar os serviços de carga nas aeronaves de ageiros A320neo e Embraer, onde a carga ará a ser transportada também na cabine de ageiros.

A companhia informa que, desde março, tem observado um aumento na demanda por transporte aéreo de materiais de saúde, incluindo medicamentos, máscaras e equipamentos hospitalares, e que as entregas expressas de e-commerce também aumentaram nas últimas semanas, pois a maioria da população brasileira permanece em quarentena, comprando produtos remotamente.