
A perda de Alepo fez com que o ditador sírio Bashar al-Assad voltasse mais cedo para seu país natal e o voo feito por um avião russo chamou a atenção de milhares de pessoas.
Grupos rebeldes e terroristas têm avançado na Síria nos últimos meses, principalmente se aproveitando de um enfraquecimento das forças pró-governo de Assad, que hoje não contam com tanto apoio militar russo (redirecionado para a Ucrânia) e também com os recentes ataques de Israel aos seus aliados como o grupo terrorista libanês Hezbollah e o Irã.
Na quarta-feira (27), o grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que já foi aliado da Al-Qaeda, tomou boa parte da cidade de Alepo, a segunda maior da Síria, com uma população de 2 milhões de pessoas. Outra cidade, de Hamah, também foi dominada por forças opositoras ao governo.
As tropas sírias e russas teriam abandonado estas cidades, num recuo estratégico para evitar mais perdas. Por outro lado, a Força Aérea da Rússia fez nesta manhã de sábado (30) bombardeiros contra posições inimigas em Alepo.
Desde o início da semana, Bashar al-Assad está na Rússia numa longa visita diplomática. Assad é presidente da Síria e comanda o país como um ditador, seguindo os os do seu pai, Hafez al-Assad, que esteve na mesma posição por 30 anos.
Com uma Força Aérea bastante fragilizada por causa dos anos consecutivos de guerra, seja a interna e a externa, a Síria tem contado com a Força Aérea da Rússia para proteger seu espaço aéreo e também fazer o transporte de Assad, que neste sábado voltou para o seu país a bordo de um Ilyushin IL-62M russo.
O voo de Moscou para Damasco foi um dos mais acompanhados no dia nas plataformas de rastreamento, dada a crítica situação do país, que pode ter a troca de comando em breve caso as forças de oposição continuem avançando.
Russian Air Force Il-62M landing in Damascus, Syria right now, inbound from Moscow.
— OSINTtechnical (@Osinttechnical) November 30, 2024
Possibly carrying Assad. pic.twitter.com/p5l8A5OVK1
Ainda não está claro como será a reação de Assad contra as investidas recentes das tropas inimigas, mas rumores iniciais apontam que dificilmente a Síria terá apoio externo, já que seus aliados estão com maiores problemas em seus países.