
Son Chang-wan, ex-presidente da Korea Airports Corporation, foi encontrado morto em sua residência em Gunpo, cidade localizada a cerca de 22 quilômetros ao sul de Seul, na terça-feira à noite. O Departamento de Polícia de Gunpo informou que não há evidências de homicídio ou arrombamento, e a causa da morte é considerada um aparente suicídio.
Son ocupou a presidência da corporação de 2018 a 2022, período em que foram realizadas obras de renovação no Aeroporto Internacional de Muan, local do trágico acidente aéreo ocorrido em 29 de dezembro, que resultou na morte de 179 pessoas.
Apesar de a renovação do aeroporto ter ocorrido sob sua gestão, ele não está sendo investigado no inquérito conduzido pela Polícia Provincial de Jeonnam, segundo informações de um representante da polícia.
A Korea Airports Corporation, empresa estatal responsável por operar mais de uma dúzia de aeroportos na Coreia do Sul, optou por não se manifestar oficialmente sobre a morte de Son, classificando o caso como um assunto pessoal.
A tragédia envolvendo o voo 7C-2216 da Jeju Air chocou a nação e foi a pior catástrofe aérea em solo sul-coreano, além de ser a mais letal no mundo desde o desastre do Lion Air Flight 610 em 2018, que resultou na morte de 189 pessoas.
As investigações relacionadas ao acidente se concentram em um muro de concreto no aeroporto de Muan, o qual sustentava uma antena utilizada para guiar os aviões durante a aterrissagem.
O avião da Jeju Air colidiu em alta velocidade contra a estrutura, causando uma explosão que deixou apenas dois sobreviventes entre os ageiros e a tripulação. Os padrões de segurança da Korea Airports Corporation foram fortemente questionados, com críticos argumentando que, se a antena tivesse sido instalada em um e mais vulnerável, como é comum em muitos outros aeroportos, a gravidade do acidente poderia ter sido reduzida.
Embora oficiais do governo tenham afirmado que a estrutura estava de acordo com as normas de segurança, uma inspeção realizada pelo ministério dos transportes revelou que sete aeroportos do país, incluindo o de Muan, não estavam em conformidade com os padrões e precisavam de melhorias nas instalações das pistas.
Em resposta ao acidente, o ministério anunciou que substituirá a estrutura de concreto atual por uma que seja mais fragilizada e mais fácil de quebrar, além de iniciar atualizações nos localizadores dos aeroportos para estruturas de aço mais leves e ampliar as zonas de segurança no final de algumas pistas.
Uma equipe de oficiais de aviação da Coreia do Sul, dos Estados Unidos e da Boeing está investigando o acidente, mas foi dificultada pela falha do gravador de voo, que parou de funcionar minutos antes do impacto.