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FAB ainda não fechou contrato para transformar os A330 em aviões de reabastecimento estratégico

EXCLUSIVO

A transformação dos Airbus A330 pela Força Aérea Brasileira (FAB) em aviões tanque está paralisada e sem data definida para ocorrer.

Comprados em 2022, por meio de uma licitação vencida pela Azul, que adquiriu dois jatos A330-200 que já foram da colombiana Avianca, os aviões foram batizados de KC-30 na FAB, seguindo o padrão americano para a designação de aviões militares.

Enquanto a letra “C” refere-se à palavra “Cargo”, a letra “K” significa reabastecimento em voo. Dessa forma, os aviões que desempenham ambas as funções recebem a sigla “KC“, como é o caso do KC-130 Hércules e do KC-390 Millenium.

No entanto, tecnicamente, os dois aviões de matrícula 2901 e 2902 ainda são “C-30”, pois ainda não possuem a função de reabastecimento em voo. Para serem capazes de transferir combustível para outras aeronaves em voo, seja por mangueiras ou por uma lança, os jatos precisarão ar por uma extensa modificação, que leva quase um ano para ser concluída e é realizada exclusivamente nas instalações da Airbus em Getafe, na Espanha.

Um dos requisitos da licitação aberta pela FAB era que os aviões fossem do ano de 2014 ou mais recentes, já que a Airbus só permite que a conversão seja feita em aeronaves a partir deste ano, por questões técnicas e de certificação.

Porém, a licitação em si era apenas para a aquisição das aeronaves, não estando vinculada à execução do processo de conversão, que deveria ser feito posteriormente.

O KC-30 foi adquirido para preencher a lacuna deixada pela aposentadoria, em 2013, do Boeing KC-137 (conhecido como “Sucatão”). Este foi substituído temporariamente por um 767 alugado, após a FAB desistir de comprar outros dois 767, que seriam convertidos para a função de “tanqueiros” em Israel. No entanto, devido à crise fiscal de 2015, o contrato foi cancelado, apesar de os pilotos da FAB já estarem formados e habilitados para operar o equipamento.

A previsão inicial era de que o KC-30 fosse enviado para conversão em 2024, após a FAB ter integrado a aeronave à sua frota, mas isso não ocorreu. Rumores começaram a circular de que o próximo “slot” para conversão em Getafe só estaria disponível mais adiante, mas a questão fiscal voltou a ser um obstáculo.

O KC-30 realizou dezenas de missões, a maioria de escopo humanitário, como a evacuação de brasileiros no exterior e o transporte de ajuda para os gaúchos afetados pelas enchentes em maio do ano ado. Contudo, até o momento, não houve nenhuma missão tática. A aeronave também foi alvo de especulações, com alguns sugerindo que poderia ser uma má compra ou até mesmo um possível novo avião presidencial, embora fosse convertida para a função MRTT (Multi Role Tanker Transport).

Durante a Feira Aeroespacial Mexicana (FAMEX), a equipe do AEROIN conversou com vários executivos da Airbus, que afirmaram estar satisfeitos com a escolha da plataforma MRTT, mas aguardam o contato da FAB para formalizar o contrato e iniciar o cronograma de conversão.

Essa resposta já era esperada, já que vários oficiais da FAB haviam informado que a falta de recursos fez com que o Comando da Aeronáutica priorizasse outros projetos, como o Gripen (que também sofreu atrasos devido à falta de recursos) e o KC-390. Dessa forma, o A330-200 ainda mantém o interior original da Avianca Brasil/Colômbia, com 32 assentos-cama na classe Executiva e 206 poltronas na classe Econômica.

Na melhor das hipóteses, caso o contrato seja fechado ainda neste semestre (o que é altamente improvável), o KC-30 se tornaria um MRTT em meados de 2027, devido à fila para conversão de aeronaves em Getafe. Por outro lado, o Ministério da Defesa tem tentado incluir mais recursos para a FAB, seja por meio das emendas parlamentares ou pelo aumento do orçamento para o próximo ano fiscal.

Até lá, a FAB contará apenas com os KC-390 para reabastecimento aéreo. Embora seja uma plataforma nova, o KC-390 é focado na função tática de transporte de cargas, com menor capacidade de combustível para transferência e sendo um pouco mais lento.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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