
A fabricante de aeronaves De Havilland Aircraft of Canada está considerando novas variações para sua aeronave Dash 8-400, para tanto, a empresa está medindo o interesse do mercado por uma versão encolhida do turboélice e ponderando um design mais “esticado”.
Em entrevista ao site canadense Skies Mag, Todd Young, diretor de operações da De Havilland disse assim: “Estamos iniciando discussões sobre possíveis variantes da aeronave”. Seria um estudo para uma aeronave mais curta, na faixa de 50 a 60 assentos, o que seria um possível substituto para o Dash 8-300 original, embora com base em uma configuração do Dash 8-400″.
Um Dash 8-400 mais comprido
“Nós também começamos a olhar para a possibilidade de esticar a aeronave e fazer um turboélice de 100 lugares, embora isso esteja mais longe. Mas, como parte do projeto original do Dash 8-400, do qual eu fazia parte, tínhamos essas duas variantes potenciais em mente”, disse Young, que foi gerente-geral do projeto desse avião quando ele pertencia à Bombardier – ou seja, antes de ser comprado pelo fundo Longview Capital e, então, voltar a ter a marca De Havilland Canada.

Note que a Bombardier produziu o então chamado Q400 de 1997 até vender o programa para a Longview, em meados de 2019.
Testes de mercado
A Longview, presidida por David Curtis, disse que seu foco está em manter o crescimento aeroespacial canadense e, nesse momento, está realizando avaliações de demanda de mercado para uma versão encolhida, incluindo conversas com potenciais clientes sobre possíveis mudanças no Dash 8-400.
“Estamos começando a ter as discussões sobre o que poderia ser o futuro desta plataforma de produtos”, disse Young. Ele trabalhou na Bombardier quando a WestJet Airlines escolheu o Q400 sobre o rival franco-italiano ATR 72-600 em 2012. Inclusive, o mercado aposta que esse projeto pode ganhar nova vida justamente com a Westjet, que tem por “cavalo de batalha” o Boeing 737, mas estuda uma renovação e os Q400 permitirão mais economia em voos de curta distância em mercados menores, considerados antieconômicos para os 737.
Busca pela abordagem perfeita
“Estamos fazendo isso [prospectando], garantindo primeiro que os clientes e pedidos existentes da De Havilland sejam abordados de forma perfeita. E também estamos buscando por oportunidades de mercado em todo o mundo, gerando novas vendas do Dash 8-400”, disse Curtis, do Longview. “Essas aeronaves têm uma enorme versatilidade, e acreditamos que há um futuro brilhante para elas”, concluiu.

A companhia diz que 82 assentos é o “ponto ideal” para o Dash 8-400 atual. Essa é uma capacidade maior do que os 78 lugares considerados o número ideal há cinco anos. “Acordamos todos os dias e tudo o que pensamos são Dash 8”, disse Young. “Isso não é uma crítica contra a Bombardier. A Bombardier tinha muitas coisas no que se concentrar. Agora, é uma oportunidade muito boa para olharmos nossas linhas de produtos e vermos onde os mercados estão mudando e como podemos ajustá-las para atender às demandas do mercado para o futuro”.
Sem olhar (muito) para trás
A empresa deixou claro que não tem planos para reviver a fabricação dos modelos 100, 200 e 300, que eram séries menores da família Dash 8, mas acredita que o 400 é que tem o potencial de mercado, dado a sua tecnologia de componentes e aviônica. A base de clientes do De Havilland Dash 8-400 excede hoje 65 proprietários privados e empresas aéreas em todo o mundo.
Ainda na entrevista, David Young quis resumir seu discurso com o slogan do Dash 8-400, ou seja, um avião com “economia de um turboélice, e com desempenho de jato”.