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Falta de atenção em arremetida faz pilotos subirem demais com avião antes de corrigir o voo abruptamente

Aeroporto Dublin Ryanair Aérea
Imagem: N Chadwick / CC BY 2.0 via Wikimedia

A Ryanair adotou um novo procedimento de aproximação perdida após um grave incidente ocorrido no Aeroporto de Londres-Stansted, em que um Boeing 737 MAX 8-200 ultraou a altitude de arremetida prevista no procedimento, levando a tripulação a iniciar uma descida acentuada da aeronave.

Durante o incidente, que ocorreu em 4 de dezembro do ano ado, a aeronave fez um mergulho acentuado com um ângulo de 17.7° e atingiu uma taxa de descida de 8.880 pés por minuto, acionando os alertas de “sink rate” e “pull up” do sistema de alerta de proximidade do solo.

Segundo o relatório do AAIB do Reino Unido, a aeronave chegou a uma velocidade de 295 nós com configuração de “flap 5” — acima do limite de velocidade de 250 nós para essa configuração — e desceu até 1.740 pés acima do solo antes de recuperar o controle.

O que aconteceu de fato

Os pilotos haviam planejado uma aproximação ILS para a pista 22 de Stansted. No entanto, enquanto tentavam interceptar a rampa de descida (glide slope), a aproximação tornou-se instável, e a tripulação optou por realizar uma arremetida a 3.6 milhas náuticas do toque.

A uma altitude de 1.940 pés, o piloto automático foi desligado e o comandante manualmente inclinou a aeronave para cima, seguindo as diretrizes de voo, enquanto o autothrottle (acelerador automático) aumentava a potência e o primeiro oficial ajustava a configuração.

Entretanto, os investigadores descobriram que a tripulação não havia inserido uma altitude de aproximação perdida antes de realizar a arremetida. Como resultado, à medida que o 737 subia, seus computadores de voo não indicavam que a aeronave precisava nivelar a 3.000 pés, como exigia o procedimento padrão no local. O comandante, “focado” nos computadores de voo, não percebeu a falta de nivelamento.

Após ultraar a altitude mandatória, a aeronave continuou subindo, alcançando pouco mais de 4.000 pés antes da descida ter início. Com o acelerador ainda ativado e a potência de arremetida ainda configurada, a aeronave acelerou durante a descida, com o primeiro oficial alertando sobre a velocidade.

Embora o comandante tenha estendido os freios aerodinâmicos (speedbrakes) e reduzido manualmente os comandos de potência, o acelerador automático os aumentou novamente para a potência de arremetida. Em resposta, o primeiro oficial manteve as alavancas em “idle” enquanto o comandante inclinava a aeronave para cima, resultando em uma aceleração vertical de até 1.89g.

Justamente após a recuperação, o sistema de alerta de proximidade do solo emitiu os avisos de “sink rate” e “pull up” para a equipe. A tripulação então inseriu a correta altitude de aproximação perdida no de controle e desconectou o acelerador, estabilizando a aeronave e nivelando-a a 3.000 pés.

Posteriormente, receberam instruções para realizar uma aproximação ILS para a pista 22, onde aterrissaram sem mais incidentes.

A investigação ressalta que todo o incidente ocorreu em condições de voo por instrumentos, sem referências visuais externas, embora adicione que a tripulação provavelmente não sofreu de desorientação espacial.

Em resposta ao incidente, a Ryanair introduziu um procedimento de “aproximação descontinuada” em junho deste ano, que deve ser utilizado quando uma aproximação é abortada antes da captura do glideslope.

O objetivo é confirmar as seleções dos diretores de voo e a configuração da aeronave antes de executar uma arremetida acima da chamada de 500 pés para uma “aproximação estabilizada”.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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