
Uma das principais fornecedoras do programa 787 Dreamliner irá pisar no freio e suspender a produção de fuselagens para a Boeing por alguns meses.
A Leonardo, um grande conglomerado do setor de defesa e aeroespacial, fabrica para a Boeing seções da fuselagem central dos jatos 787, que são produzidas em Grottaglie, na região italiana de Puglia, que é conhecida por estar no “calcanhar” ou “ponta da bota” que forma o mapa da Itália.
De lá, as peças são levadas até o Aeroporto de Taranto e embarcadas no Jumbo 747-400LCF Dreamlifter, que pousa em Charleston, na Carolina do Sul, onde os componentes serão unidos para a fabricação do Dreamliner na linha de montagem final.
Porém, a fábrica italiana tem ficado mais parada nos últimos tempos, com várias suspensões causadas tanto pelos problemas da pandemia, como as paralisações na produção da Boeing, causadas pelos acidentes do 737 MAX e detecção de falhas na fabricação do próprio 787.
Apesar dos problemas de manufatura do Dreamliner não serem culpa da Leonardo, a Boeing tem pedido a ela para reduzir o ritmo de entrega das fuselagens, para que elas não se acumulem em Charleston.
Por outro lado, a fabricante italiana não pode deixar um espaço e funcionários ociosos por mais tempo e um último aviso foi dado à Boeing em maio para que os pedidos aumentassem ou a fábrica iria parar. Como a fabricante americana continua enrolada com seus problemas, a produção será suspensa já no próximo mês.
Como alternativa para que a fábrica não fique parada, a Leonardo decidiu aproveitar o espaço, maquinário e pessoal para fazer uma segunda linha de montagem do AW609 seja feita.

Esta aeronave é um multiplano similar ao Bell/Boeing V-22 Osprey, só que destinado ao mercado civil. Ela é um projeto oriundo da época em que a fabricante ainda se chamava AgustaWestland, e já está em um longo desenvolvimento de mais de 20 anos, com a estimativa agora de entrada em serviço para o ano que vem.
Segundo a FlightGlobal reporta, a suspensão da fabricação de fuselagens do 787 em Grottaglie será de ao menos 4 meses, com a previsão da Leonardo voltar à plena produção do componente apenas no ano que vem, a claro, depender da Boeing.
Enquanto isso, o AW609 será montado no local, já que a Leonardo vê demanda para uma fábrica na Itália além da já instalada na Filadélfia, sob responsabilidade da parceira de projeto Bell, do grupo Textron.