Fuzileiro americano que treinou pilotos de avião chineses na África será deportado pela Austrália

O governo da Austrália decidiu pela deportação de um ex-piloto militar naturalizado no país, após Washington acusá-lo de traição. O caso envolve Daniel Duggan, ex-fuzileiro naval americano, que voou caças durante seu serviço militar, mas saiu dos EUA após pedir baixa em 2009.

A acusação da promotoria americana é a de que, entre 2009 e 2012, o aviador conduziu treinamento de pilotos militares chineses na África do Sul, através de uma empresa de fachada.

Durante este período Duggan teria ado informações sigilosas sobre a natureza do treinamento dos Marines, que especialmente interessa a China, já que no caso de uma eventual guerra, envolvendo ou não Taiwan, as tropas dos fuzileiros americanos seriam as primeiras a atuarem, já que seria uma invasão por meios navais.

O Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA tem força aérea própria, que é a 6ª maior e mais poderosa do mundo, e não depende de apoio aéreo da Força Aérea ou Marinha para conduzir invasão de ilhas, que é a grande especialidade da força anfíbia americana.

Em sua defesa, Duggan alega que nunca treinou pilotos militares chineses, e que todo treinamento que conduziu para uma firma na África do Sul foi legal, e feito após ele abdicar da sua cidadania americana, em 2012.

O acusado também ressalta que nenhuma das acusações feitas são crimes na Austrália, onde foi preso no estado de Nova Gales do Sul, onde reside após morar por anos na China.

Já a promotoria afirma que a abdicação da cidadania foi de propósito, para ele tentar “se livrar” de qualquer acusação judicial por traição, já que durante seu juramento como Marine prometeu nunca entregar informações sigilosas não autorizadas.

As provas da conexão com a China foram encontradas em dispositivos pertencentes a Su Bin, um hacker chinês preso em 2016 nos EUA, e que confessou o crime de conspiração para o ilegal a sistemas militares americanos.

Segundo a NBC News, a Austrália aceitou o pedido de extradição feito pelos EUA e prendeu Duggan nesta segunda (23), e em breve ele será deportado para o seu país natal, onde ará por um julgamento por traição e conspiração.