
O empresário Germán Efromovich afirmou nesta semana que “Avianca Argentina voltará a voar” e explicou que, para isso, se reuniu com o Secretário de Transporte da Argentina, Franco Mogetta, e com o Subsecretário de Transporte Aéreo, Hernán Gómez.
Em entrevista exclusiva ao parceiro Aviacionline, Efromovich destacou que foi “muito bem recebido” e que a possibilidade foi encarada de maneira “muito positiva”. Ele revelou que está em processo de reversão da falência da Avian, apesar de enfrentar dificuldades: “Estamos levantando a falência da Avian, com algumas dificuldades criadas por algumas pessoas que, neste momento, vou me abster de comentar.”
O empresário alertou que a situação pode ser grave e insinuou possíveis casos de extorsão: “Já estamos conversando com advogados, porque há pessoas que querem impedir a reversão da falência. Acredito que o tribunal vai entender isso. Teremos uma reunião amanhã para apresentar todas as evidências e garantir que as devidas medidas legais sejam tomadas.”
Planos para a retomada
Efromovich explicou que a ideia é utilizar os mesmos aviões ATR que permanecem no Aeroparque Jorge Newbery, em Buenos Aires: “Os aviões pertencem a um arrendador que os adquiriu da ATR. Eles precisam ser devolvidos ao arrendador, mas ele já se comprometeu a nos alugá-los novamente assim que resolvermos a questão judicial.”
No entanto, ele afirmou que há resistência contra esse retorno: “Há pessoas trabalhando para impedir que isso aconteça, e é isso que estou dizendo ao juiz. Estamos lutando contra isso, pois ele foi induzido ao erro. O que está por trás disso é muito sério, podendo até resultar em ações criminais contra várias pessoas.”
O empresário também prometeu expor detalhes do que aconteceu assim que obtiver a autorização judicial: “Quando tiver essa autorização, vou revelar tudo o que aconteceu aqui, para servir de exemplo a outras empresas e empresários.”
Ele afirmou que a retomada das operações começaria com dois ATR, mas que há planos de expansão: “De qualquer forma, estive na ATR, e eles têm interesse em nos fornecer mais aviões para conexões regionais. Estamos estudando operar em pistas menores e em localidades com menor demanda, utilizando aeronaves novas de 19 assentos.”
Além disso, Efromovich enfatizou que não pretende concentrar operações em Buenos Aires: “A ideia é operar voos com duração de até uma hora e meia, abastecendo centros maiores. Esse sempre foi nosso plano de negócios, sem centralização na capital.”
Pedido ao governo argentino
O empresário ressaltou que não pediu ajuda ao governo para retomar os voos: “Não pedi ajuda ao secretário de Transporte, nem quero ajuda. Só quero que não coloquem obstáculos no nosso caminho, como fizeram no governo anterior e no de Macri.”
Segundo ele, os recursos financeiros já foram depositados para reverter a falência: “Já depositamos o dinheiro para levantar a falência. Quando isso for resolvido, virão as certificações da ANAC Argentina, e então poderemos concretizar o sonho de voltar a voar.”
Histórico da Avian Argentina
A Avian iniciou voos regulares em novembro de 2017, sendo a primeira empresa a operar sob a chamada “Revolução dos Aviões”, promovida pelo governo de Mauricio Macri. Apesar de utilizar a marca Avianca Argentina, a companhia não tinha vínculo gerencial com a Avianca original da Colômbia, mas sim com a Oceanair, do Brasil, que operava como Avianca Brasil, e era de propriedade de Germán com seu irmão, José Efromovich.
A empresa apostava em um modelo de voos regionais com aeronaves de 70 assentos, atendendo rotas não exploradas por outras companhias, como Buenos Aires – Rosário – Reconquista, além de oferecer mais frequências em mercados atendidos por aviões de maior capacidade.
No entanto, a crise da Oceanair no Brasil e os desafios enfrentados por Efromovich na Avianca Holdings impactaram a Avian, que suspendeu suas operações em junho de 2019, logo após a matriz brasileira suspender os voos. Desde então, seus aviões ATR permanecem no Aeroparque.