
O governo de Moçambique anunciou que realizará uma auditoria forense nas contas da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) referente aos últimos dez anos, com o objetivo de reestruturar a companhia. A auditoria deverá ser concluída até outubro, de acordo com uma fonte oficial do governo que relatou o caso à Forbes
“Ao longo deste processo, será necessário reduzir o número de funcionários da empresa,” explicou a fonte, que destacou que a LAM, atualmente com cerca de 800 colaboradores, opera com uma frota reduzida de apenas quatro aeronaves no momento.
O presidente de Moçambique, Daniel Chapo, havia declarado em 28 de abril que existem “raposas e pessoas corruptas” dentro da LAM, com “conflitos de interesse” que impedem a reestruturação da companhia. Durante a apresentação dos resultados dos primeiros 100 dias de governo, Chapo denunciou indivíduos com conflitos de interesse na estatal, afirmando que suas ações visam evitar que a LAM “tenha seus próprios aviões”.
“Uma das ações impactantes que planejamos para esses 100 dias foi a aquisição de três aeronaves para a LAM. No entanto, ao decidirmos que teríamos pelo menos três aviões disponíveis antes do término dos 100 dias, descobrimos que dentro da LAM tínhamos que entregar raposas para cuidar do galinheiro, ou gatos para cuidar de ratos,” afirmou o presidente.
Chapo acrescentou que é do interesse dessas pessoas que a LAM “continue a alugar aviões, pois elas ganham comissões pelo aluguel de aeronaves”, e que o governo, ao decidir pela reestruturação, teve que “reorientar o processo, já que é importante cuidar dos interesses da população e não dos interesses de indivíduos ou grupos”.
Em 5 de fevereiro, o governo autorizou a venda de 91% da participação estatal na LAM para empresas estatais, indicando que os recursos obtidos seriam utilizados para a aquisição de oito aeronaves.
A resolução aprovada pelo executivo moçambicano, conforme relatado pela Lusa, determina que apenas três empresas estatais — a Hidrelétrica de Cahora Bassa (HCB), as Ferrovias de Moçambique (CFM) e a Companhia de Seguros de Moçambique (Emose) — podem adquirir a participação do Estado na LAM.